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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) escolheu o embaixador André Corrêa do Lago para presidir a COP 30, a Conferência da ONU sobre Mudança Climática que será realizada em novembro em Belém. Ele terá o desafio de conduzir o encontro num momento delicado em que o novo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, retirou o país do Acordo de Paris e determinou a volta da produção massiva de veículos automotores e prospecção de petróleo.
“Além do governo, com a sociedade civil, o empresariado, todos os atores essenciais na primeira formação do que o Brasil quer desta COP. Vamos juntos conseguir fazer uma COP que será lembrada com entusiasmo”, disse o diplomata à agência do governo.
O nome de Lago foi confirmado após uma reunião nesta terça (21) que teve a participação, entre outros, da ministra Marina Silva (Meio Ambiente) e Sidônio Pereira (Secretaria de Comunicação Social/Secom), que passou a conduzir a comunicação do governo.
Lula afirmou, nas redes sociais, que pretende fazer uma COP 30 “histórica por um futuro mais justo e sustentável para o nosso planeta”.
“A COP30, que acontece este ano em Belém, terá como presidente André Corrêa do Lago, atual Secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente do Itamaraty, e como diretora executiva (CEO), Ana Toni, que atualmente é Secretária Nacional de Mudança do Clima do Ministério do Meio Ambiente”, completou.
André Corrêa do Lago é formado em economia e ingressou na diplomacia em 1982, ocupando cargos estratégicos no Ministério das Relações Exteriores como negociador-chefe do Brasil na Rio+20 e em discussões sobre mudanças climáticas. Além disso, foi embaixador no Japão, na Índia e no Butão.
A COP30 reunirá líderes mundiais, cientistas, empresários, ONGs e representantes da sociedade civil de mais de 190 países, com discussões voltadas para ações concretas contra as mudanças climáticas. Entre os principais desafios estão alinhar compromissos entre países desenvolvidos e em desenvolvimento, garantir financiamento climático e abordar os impactos socioeconômicos em populações vulneráveis.
“Os Estados Unidos como economia que lidera o Planeta, como líderes nas emissões com a China, não podem de maneira alguma estar fora desse debate. [...] Precisamos a partir do financiamento climático, encontrar soluções para a natureza, para o desenvolvimento econômico sustentável e, acima de tudo, compreendendo que esta é uma agenda necessária para cuidar das pessoas e salvar a humanidade”, disse mais cedo o governador paraense Helder Barbalho (MDB-PA), que será o anfitrião do encontro.
Ele afirmou que Trump segue convidado para participar da COP 30 mesmo após as primeiras medidas na presidência americana que vão na contramão dos objetivos do encontro.
Para ele, a decisão do novo presidente norte-americano de deixar o Acordo de Paris, entre outros atos, pode ser benéfica para o Brasil ao atrair investimentos de economias que buscam melhores políticas ambientais.
“Todas as economias [do mundo] estão percebendo que os eventos climáticos trazem um prejuízo econômico absolutamente importante. Portanto, ter a aderência aos compromissos de redução de emissões, garantir políticas de sustentabilidade, buscar modelos de transição energética e, no âmbito do Brasil, colocar o valor da floresta como oportunidade de desenvolvimento para a Amazônia é o que devemos trilhar até a COP 30”, pontuou.