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Posse de Trump

Lula adota pragmatismo e diz esperar “respeito mútuo” com Trump

Lula
Presidente ressaltou "amizade histórica" nas relações dos dois países ao cumprimentar Trump pela posse. (Foto: reprodução/Canal Gov)

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) minimizou nesta segunda (20) as propostas mais duras do novo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que podem impactar as relações bilaterais com o Brasil pelos próximos quatro anos de mandato do norte-americano.

Isso porque Trump assumiu o cargo após fazer duras críticas ao Brics e ameaçar sobretaxar em 100% os produtos deste bloco de países caso avancem na ideia de adotar uma moeda comum em detrimento ao dólar para transações comerciais.

Lula, no entanto, afirmou torcer para que Trump “faça uma gestão profícua para que o povo americano melhore e que os americanos continuem a ser um parceiro histórico que é do Brasil”, disse durante a reunião ministerial realizada mais cedo em Brasília.

“Porque, da nossa parte, nós não queremos briga nem com a Venezuela, nem com os americanos, China, Índia e Rússia. Nós queremos paz, harmonia, uma relação de diplomacia [que] seja mais importante, e não desavença e encrenca”, completou.

Pouco depois, no meio da tarde, o Palácio do Planalto divulgou uma nota assinada pelo presidente cumprimentando Trump pela posse e afirmando que as relações entre o Brasil e os Estados Unidos “são marcadas por uma trajetória de cooperação, fundamentada no respeito mútuo e em uma amizade histórica”.

“Nossos países nutrem fortes laços em diversas áreas, como o comércio, a ciência, a educação e a cultura. Estou certo de que podemos seguir avançando nessas e outras parcerias. Desejo ao presidente Trump um mandato exitoso, que contribua para a prosperidade e o bem-estar do povo dos Estados Unidos e um mundo mais justo e pacífico”, completou Lula.

Embora espere uma relação pragmática com Trump, Lula e o governo podem ter de enfrentar pressão comercial em um momento em que o Brasil passa a ocupar a presidência do Brics, além de sediar a COP 30 em Belém no final do ano.

Já a oposição a Lula vê na volta de Trump a chance de pressionar a Justiça brasileira e o Congresso Nacional em questões como a reversão da inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e a barrar qualquer possibilidade de se regular as redes sociais no Brasil – um discurso constante entre integrantes do governo e do Supremo Tribunal Federal (STF).

Para parlamentares da oposição e aliados de Bolsonaro, Trump é a principal voz da direita mundial e pode influenciar nestas questões, principalmente para que o ex-presidente tenha a condenação suspensa e possa concorrer novamente nas eleições presidenciais de 2026.

No último sábado (18), Bolsonaro afirmou que outros países do mundo já estão sentindo a influência de Trump em seus Executivos, e disse esperar o mesmo no Brasil.

“Primeiros-ministros que estão caindo, Hamas fazendo acordo, o [Justin] Trudeau renunciou. No México, grandes apreensões foram feitas. [...] Mas, com toda certeza, se ele me convidou, ele tem a certeza que pode colaborar com a democracia do Brasil afastando inelegibilidades politicas, como essas duas minhas que eu tive”, declarou após a ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro, embarcar para os Estados Unidos representá-lo na posse.

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