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O ex-presidente Jair Bolsonaro criticou nesta quinta-feira (5) a exclusão da Folha de S.Paulo em uma coletiva de imprensa da Polícia Federal, em Brasília. Ele afirmou que apesar de ter criticado o veiculo durante o seu governo, continua sendo "um defensor intransigente da liberdade de imprensa".
“Por anos, fui injustamente chamado de fascista e acusado de autoritário, mas sempre fui um defensor intransigente da liberdade de imprensa. Mesmo discordando da linha editorial da Folha e criticando algumas de suas reportagens, jamais impedi qualquer veículo de realizar seu trabalho”, escreveu em uma publicação na rede X.
Em nota sobre o assunto, a Folha informou que sempre participa de entrevistas coletivas, "desde que os temas a serem abordados sejam relevantes e de interesse público". O jornal ainda destacou que é "incomum" a exclusão de órgãos de imprensa "que normalmente fazem a cobertura jornalística diária da cúpula dos três Poderes".
Na publicação, Bolsonaro também voltou a criticar o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na qual se posiciona contra o que considera ser uma série de "ataques sistemáticos aos pilares da democracia", como à liberdade de imprensa, imunidade parlamentar e outros direitos constitucionais.
“Hoje, no governo do 'amor' e da 'democracia'. A Folha é proibida de participar de coletivas, pessoas são presas por opiniões, deputados são indiciados por suas falas, e o escrutínio da imprensa é evitado a todo custo", declarou o ex-presidente.
Segundo Bolsonaro, "os supostos defensores das instituições fingem não ver o que está acontecendo". "Uma a uma, as garantias constitucionais mais importantes estão sendo relativizadas”, reforçou.
Entre as práticas citadas por Bolsonaro estão a prisão de cidadãos por suas opiniões e o indiciamento de deputados por discursos realizados. Ele mencionou ainda violações aos direitos de grupos religiosos, como o sigilo sacerdotal, que estaria sendo desrespeitado, como no caso do Padre José Eduardo.
Carta pela democracia
O ex-presidente Bolsonaro também direcionou críticas indiretas a personalidades que têm defendido a democracia no atual governo, como os signatários da chamada “carta pela democracia”. “Talvez os signatários da carta pela democracia não estejam prestando atenção, mas nós estamos e o resto dos brasileiros também”, disse Bolsonaro.
“Não podemos continuar assistindo a tudo isso com indiferença. Esse tipo de coisa não é normal e não é aceitável. Se deixarmos nossas liberdades serem destruídas agora, nos arrependeremos amargamente no futuro.”, concluiu.