O ex-presidente da CBF Ricardo Teixeira decidiu vender sua mansão de mais de 600 metros quadrados em Miami, nos Estados Unidos. O cartola anunciou a propriedade em corretoras de imóveis da Flórida após saber, no ano passado, que o empresário J. Hawilla começou a colaborar com investigação das autoridades norte-americanas, que culminou na prisão de dirigentes da Fifa, entre eles o sucessor de Teixeira na CBF, José Maria Marin.
Parceiro da CBF em negócios na gestão de Teixeira, Hawilla, dono do Grupo Traffic, uma das maiores empresas de marketing esportivo do mundo, fez acordo com a Justiça dos EUA. Ele confessou crimes de extorsão, fraude eletrônica, lavagem de dinheiro, obstrução da justiça e vai pagar multa de US$ 151 milhões (pouco mais de R$ 475 milhões).
O ex-cartola teme perder a mansão durante o desdobramento das investigações nos EUA. O imóvel de dois andares, com sete quartos e oito banheiros, entrou no catálogo de imobiliárias especializadas no mercado de alto luxo dos Estados Unidos há cerca de seis meses. Em 2012, ele pagou cerca de R$ 22 milhões pela mansão localizada em um do condomínio de alto padrão em Miami. A casa conta com uma marina particular.
Celebridades como a cantora colombiana Shakira e os músicos Lenny Kravitz e Ricky Martin têm casas nos arredores de Sunset Island, onde está a casa que Ricardo Teixeira pôs à venda em Miami.
No casarão do cartola da Lake Avenue, 2345, a tenista russa Anna Kournikova morou com o cantor Enrique Iglesias até vendê-la pela empresa Ochab Properties Inc, localizada no endereço de Teixeira.
A companhia foi criada oito dias antes da compra do imóvel ser registrada, em 27 de janeiro de 2012. Segundo documentos do Departamento de Estado da Flórida, ela tem como endereço a casa de Teixeira em Boca Raton.
A compra de casa por meio de empresas é uma prática comum nos EUA. Serve para reduzir os impostos que incidem sobre o bem.
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Teixeira quer vender a residência abaixo do valor para tentar se livrar do negócio. A antiga proprietária da casa, a ex-tenista russa Anna Kournikova, demorou quase nove meses para negociar o imóvel. O ex-cartola comprou a propriedade após renunciar ao cargo de presidente da CBF, em 2012.
Vida pós-CBF
Teixeira comandou a CBF por mais de duas décadas e decidiu deixar o poder após as denúncias de corrupção no Brasil e no exterior. Ele saiu do país às pressas em março de 2012, pressionado pelas investigações sobre suspeita de desvio de dinheiro público na realização do amistoso entre Brasil e Portugal, em Brasília.
Teixeira redigiu sua carta de renúncia nos Estados Unidos e só voltou ao país no ano seguinte. Mesmo assim, o ex-cartola articulou a posse do sucessor José Maria Marin, preso na quarta-feira (27), e continuou recebendo salário da CBF -mais de R$ 100 mil mensais.
Neste período nos Estados Unidos, ele aproveitava a vida dirigindo carros de luxo ou navegando um barco de 65 pés avaliado em cerca de R$ 6 milhões.
Em 2013, Teixeira sofreu dois golpes. Terminou o seu segundo casamento e correu risco de morte por causa de uma crise renal.
O ex-presidente da CBF voltou ao país para se submeter a um transplante. Seu irmão doou o rim. Abatido, o ex-cartola ganhou peso e decidiu voltar novamente ao Rio. No país, ele era visto com frequência num restaurante no Leblon.
Ele voltaria a deixar o país na véspera do início da Copa do Mundo de 2014. Temia ser alvo de protestos. Alugou um iate e ficou por dois meses viajando pela Europa, onde gostava de se encontrar com Sandro Rosell, ex-presidente da Nike no Brasil e do Barcelona que renunciou ao cargo após suspeitas de irregularidades no clube catalão.
Na última semana, ele voltou ao Rio depois de um período em Mônaco. No mês passado, Teixeira fez outra mudança. Ele viajou ao Uruguai, onde registrou o país como seu novo domicílio fiscal.
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