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BRA100. CANOAS (BRASIL), 03/05/2024.- Fotografía aérea tomada con un dron tras el desbordamiento del río Jacuí este viernes, en la Praia de Paquetá, en el municipio de Canoas, en la región metropolitana de Porto Alegre (Brasil). En Porto Alegre, sin ninguna víctima fatal hasta ahora, la tragedia no es tan grave como en otros municipios de Río Grande do Sul, en donde las lluvias, según el último boletín de la Defensa Civil, dejan al menos 37 muertos, 74 heridos, 74 desaparecidos y 351.639 personas afectadas. EFE/ Isaac Fontana
Estrada inundada em Canoas, na região metropolitana de Porto Alegre (RS).| Foto: EFEEFE/ Isaac Fontana

O governador do Rio Grande do Sul, comentando a tragédia que devasta o seu estado nestes dias, entendeu que deveria passar para a população e as autoridades uma mensagem de harmonia. “Não é hora de procurar culpados”, disse ele. O governador provavelmente falou com boas intenções. É possível, perfeitamente, que tenha razão – não é com bate-boca e fazendo cara de bravo que a água vai baixar.

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Mas para o cidadão que perdeu sua casa, seus bens e pessoas de suas famílias, fica uma impressão bem amarga. Quando, então, vão encontrar os culpados? Ano após ano os gaúchos, e muitos outros brasileiros, têm suas vidas arruinadas em episódios equivalentes. Mas nunca é hora de identificar os culpados – e é óbvio que alguém tem culpa.

O gaúcho de carne e osso sente, no seu bolso, que paga muito mais imposto do que pagava – em compensação, sofre muito mais com as enchentes.

Os responsáveis são as pessoas com nome e CPF que mandam na máquina do Estado, hoje, ontem e sempre. Não têm culpa pela chuva – mas têm culpa pela extensão dos desastres que ela provoca. Calamidades naturais ocorrem no mundo inteiro, com consequências dramaticamente diferentes. Onde o Estado tem responsabilidade concreta perante o cidadão, como em geral é o caso no Primeiro Mundo, os efeitos são suportáveis; a Holanda, por exemplo, está abaixo do nível do mar e não tem inundações. Em lugares como o Brasil, a última coisa que passa pela cabeça dos governantes é a vida real dos governados. Não é por acaso. Todos eles sabem que jamais terão de sofrer as consequências das decisões que tomam.

A devastação que as enchentes estão causando no Rio Grande do Sul é o resultado de um século, ou mais, da inação, da inépcia e da indiferença do poder público, em todos os níveis, para lidar com o fenômeno elementar da chuva. Não é possível fazerem com que as chuvas obedeçam aos limites do meteorologicamente correto, mas sabem com 100% de certeza que elas vão cair – e têm a obrigação, com os impostos que cobram e que estão hoje entre os maiores do mundo, de trabalhar para que seus efeitos sejam minimizados.

A catástrofe do Rio Grande do Sul prova mais uma vez que esta obrigação continua sendo ignorada. Ou não fazem as obras que deveriam fazer, ou fazem as obras erradas – o que é tão ruim quanto. O fato é que o gaúcho de carne e osso sente, no seu bolso, que paga muito mais imposto do que pagava – em compensação, sofre muito mais com as enchentes.

Não há perspectivas reais de que a coisa possa melhorar. As cheias do Guaíba, pelo que indica a maioria dos registros, foram as piores desde 1941 quando o presidente do Brasil ainda era Getúlio Vargas. Estamos agora com Lula e a nova ideologia do “clima” – e não há hipótese de que possa vir algo de bom dessa combinação. Havia, há mais de 80 anos, inundações do mesmo tamanho, ou quase. A causa, na época, era a chuva. Hoje a militância diz que a causa é a “mudança”, ou a “crise”, ou até a “emergência” climática.

Os gatos gordos que estão nos governos acham uma maravilha quando ouvem esse tipo de coisa. Sua conclusão unânime, certificada como verdadeira pela mídia, é: “A culpa não é nossa”. A culpa, então, é do “homem”, do “estilo de vida”, do “capitalismo” – enfim de réus que todos podem malhar, sem risco algum, como Judas de Sábado de Aleluia.

Conteúdo editado por:Jocelaine Santos
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