Usina de etanol de m ilho em Nevada, estado de Iowa| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), decidiu patrocinar uma reação do Congresso às novas taxas para importação de aço e alumínio estabelecidas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

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Nesta quarta-feira (14), Maia chancelou a elaboração de um decreto legislativo assinado pelo deputado Fábio Garcia (DEM-MT), seu correligionário, que, se aprovado, suspenderá o desconto nas tarifas do etanol importado dos EUA.

Segundo o texto, ao qual a reportagem teve acesso, o projeto de decreto legislativo “visa sustar a resolução da Camex (Câmara de Comércio Exterior) que altera a Lista Brasileira de Exceções à Tarifa Externa Comum do Mercosul referente aos produtos com um teor de água igual ou inferior a 1% vol (álcool etílico).”

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Importação taxada

Por decisão da Camex no ano passado, os EUA podem vender no Brasil 600 milhões de litros de etanol por ano sem pagar tarifa de importação de 20%.

Se o decreto for aprovado, toda a importação de etanol americano passaria a ser taxada ao entrar no Brasil. 

De acordo com o documento, a medida vai “proteger a geração de emprego e renda deste setor pela indústria brasileira”.

O objetivo de Maia é aprovar o decreto na Câmara e no Senado caso os Estados Unidos mantenham a decisão de impor a sobretaxa à importação de aço e alumínio do Brasil.Para ter o aval do Congresso, o decreto legislativo precisa de aprovação com maioria simples nas duas casas -ou seja, maior parte dos votantes em plenário.

Em disputa pelo protagonismo da agenda econômica, Maia, que se lançou pré-candidato à Presidência na semana passada, quis se antecipar a Temer na reação aos EUA. O presidente da Câmara não consultou o emedebista para a edição do decreto, dando início a uma possível retaliação aos EUA sem coordenação com o Palácio do Planalto.

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O governo brasileiro e as indústrias do país já estudavam medidas para tentar contornar as sobretaxas de Trump, como por exemplo o apelo à OMC (Organização Mundial do Comércio), mas até agora nada foi anunciado oficialmente.