“A redução do endividamento do setor reflete a melhora dos preços do açúcar”, afirma o diretor da Unica.| Foto: JONATHAN CAMPOS/GAZETA DO POVO

Mesmo com um aumento de 40,3% nas exportações (em dólares) no último ano, as usinas de açúcar e álcool devem fechar a safra 2016/17 com uma dívida de R$ 100 bilhões, equivalente a um faturamento total do setor. A estimativa é da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Única).

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Embora o valor seja considerado alto, o endividamento já foi bem maior, segundo o diretor da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Única), Antonio de Padua Rodrigues. Nas últimas duas safras, por exemplo, as indústrias sucroalcooleiras iniciaram seus ciclos devendo cerca de 110% da receita total do setor. “A redução do endividamento do setor reflete a melhora dos preços do açúcar”, afirma.

No ano passado, importantes grupos fizeram reestruturações de suas dívidas. Foi o caso da Odebrecht Agroindustrial, que no segundo semestre de 2016 renegociou cerca de R$ 7 bilhões de dívidas com os principais bancos credores.

A empresa se comprometeu a fazer uma capitalização de R$ 6 bilhões, dos quais R$ 2 bilhões serão com aporte de ativo e R$ 4 bilhões em injeção financeira. A indiana Renuka, que tem quatro usinas no País e está em recuperação judicial desde outubro de 2015, está tentando leiloar uma de suas usinas de São Paulo, para tentar abater sua dívida, estimada em R$ 2 bilhões.

Falta de investimento.

Segundo Rodrigues, das 80 usinas desativadas nos últimos anos, poucas são as chances delas voltarem a operar. Ele diz que nem todos os grupos e estão investindo em renovação de canavial. A produtividade recuou na safra 2016/17. Na região Centro-Sul, ficou em torno de 77 toneladas por hectare. “Teria potencial para chegar a 85 toneladas por hectare. Daria para aumentar a produção de cana em 80 milhões de toneladas com as unidades atuais”. A colheita é estimada em 650 milhões de toneladas no país.