Os preços dos alimentos voltaram a disparar no mês de julho. De acordo com dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a alta no grupo Alimentação e bebidas acelerou de 0,71% em junho para 1,32% no mês passado, a maior para o mês de julho desde o ano 2000, quando os preços ficaram 1,78% mais caros.Somente em 2016, os alimentos já aumentaram 8,79%.
Os prejuízos à safra afetaram não só os alimentos in natura, mas também pastagem e ração para o gado, pressionando o preço do leite. “Problemas climáticos afetaram as lavouras. Há menor oferta de forma geral provocada pelo clima. O Levantamento Sistemático da Produção Agrícola apontou redução da safra de quase 10%. Isso é muito significativo”, afirmou a coordenadora de Índices de Preços do IBGE, Eulina Nunes dos Santos .
O leite subiu 17,58% em julho, o equivalente a um impacto de 0,19 ponto porcentual sobre o IPCA, o que fez o item liderar o ranking de maiores contribuições para a inflação do mês. Em quatro das treze regiões pesquisadas, o litro do leite teve alta superior a 20%: Belo Horizonte (23,02%), Rio de Janeiro (22,47%), Brasília (21,76%) e Vitória (21,76%).
Já o feijão carioca deu a segunda maior contribuição, com alta de 32,42% e impacto de 0,13 ponto porcentual sobre o IPCA. Em Curitiba, o preço do quilo do feijão carioca aumentou 45,20%; em São Paulo, o aumento foi de 43,98%.
O feijão preto aumentou 41,59%, enquanto o feijão mulatinho ficou 18,89% mais caro e o fradinho subiu 14,72%. O arroz também registrou elevação nos preços, de 4,68%. Na direção oposta, ficaram mais baratos a cebola (-28,37%) e a batata-inglesa (-20,00%).
Inflação
Puxada pelos alimentos, em especial leite e feijão, a inflação oficial do país fechou o mês de julho em 0,52%, acima da variação de 0,35% de junho, mas abaixo da taxa de 0,62% registrada em julho do ano passado. Em um ano, a inflação ficou em 8,74% e nos sete primeiros meses de 2016 já acumula alta de 4,96%.
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