O azeite de oliva está entre as prioridades do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Com produção estimada em 60 mil litros em 2017, o órgão vê a necessidade de publicar normas técnicas específicas para o setor, com o objetivo de trazer benefícios aos agricultores.
Para tanto, a Comissão Permanente da Olivicultura Brasileira do Mapa, criada em 2015, está fazendo a coleta de informações. Segundo o coordenador da Secretaria de Mobilidade Social do Produtor Rural e Cooperativismo, Luís Pacheco, estão sendo analisados o zoneamento de solo e clima para cultivo, padrões de mudas, registro de agrotóxicos e ações de capacitação e assistência técnica.
Esses temas foram tratados pelos integrantes da comissão em março durante a abertura da Colheita da Oliveira, em São Sepé (RS).
Para o chefe da Divisão de Políticas, Produção e Desenvolvimento Agropecuário da Superintendência Federal da Agricultura do Rio Grande do Sul (SFA-RS), Ricardo Furtado, é necessária a regulamentação de agroquímicos menos agressivos . “Ainda não temos um padrão nacional de mudas de oliveiras que indique a qualidade ou um sistema sólido de produção”, afirma.
Produção nacional: azeite de oliva
Segundo o Mapa, a estimativa nacional é dobrar a produção de azeite de oliva de 30 mil litros em 2016, quando os produtores tiveram prejuízos pelo excesso de chuvas.
As regiões Sul e Sudeste são mais propícias ao cultivo da matéria prima do azeite de oliva, a azeitona, por conta de temperaturas mais amenas em regiões acima de mil metros do nível do mar. Ao todo, são seis indústrias em 74 municípios.
Os estados de maior destaque na atividade são Rio Grande do Sul, Minas Gerais e São Paulo, que tem área produtiva de 5 mil hectares de oliveiras, gerando cerca de 5 mil empregos diretos e indiretos.
Na opinião de Pacheco, pequenas propriedades podem se beneficiar da produção da oliveira, especialmente com a criação do conjunto de normas. Ele detalha que essa é uma cultura permanente que contribui para boas práticas agrícolas e para o bem-estar de trabalhadores e consumidores. “Por causa de sua sustentabilidade, o cultivo da oliveira pode ser incluído como mais uma alternativa no Plano de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono”, informa.
Neste sentido, conforme informações do Mapa, o objetivo da comissão da olivicultura é fortalecer o cultivo nos aspectos sociais, ambientais e tecnológicos, com a meta de valorizar o produto e gerar emprego e renda nos locais de produção.