Conhecida pelo uso no chimarrão ou tereré, a erva-mate tem conquistado seu espaço no mercado sul-americano. No Brasil, apenas Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul são responsáveis pela produção de 600 mil toneladas de erva, em uma área plantada de 77 mil hectares. O crescimento da produção brasileira chamou a atenção de órgãos públicos e privados, que atualmente buscam alternativas para aumentar o consumo interno da erva-mate e abrir novos mercados para exportação
Somente no ano passado, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a exportação brasileira gerou um faturamento de US$ 101 milhões, sendo US$ 87 milhões foram somente para o Uruguai. O mate é o segundo produto brasileiro mais importado pelo país vizinho, superado apenas pelo petróleo.
Em 2015, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) criou a Câmara Setorial da Cadeia Produtiva da Erva-Mate, para abastecer o banco de dados do setor, por meio de quatro grupos de trabalhos com os seguintes temas: mão de obra irregular, política agrícola, contaminantes e boas práticas.
Essa semana os representantes da Câmara Setorial debateram soluções para aumentar o consumo da erva nos outros estados, pois grande parte da demanda interna está na região Sul. “Mesmo com a área de produção relativamente pequena, o mercado enfrenta excesso de matéria prima em algumas regiões. O fato da erva ser conhecida pelo chimarrão ou tereré dificulta a expansão do mercado. Nossos objetivos são incentivar o consumo e fechar novos acordos comerciais”, disse o presidente da Câmara Setorial, Leandro Beninho Gheno.
O Grupo de Trabalho da mão de obra irregular conta com a participação da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). De acordo com o assessor técnico da Superintendência Técnica da CNA, Jonas Jochims, os produtores de mate têm dificuldade em contratar mão de obra, por conta das legislações que impedem contratos de curto prazo, justamente no período de colheita do produto. “Os produtores de erva geralmente praticam outras atividades, necessitando de auxílio nos períodos de colheita. Estamos trabalhando para melhorar a terceirização e prestação de serviços no setor”, explicou Jochims.
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