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Embrapa/Soja, prefeituras, cooperativas, universidades e empresas de planejamento são parceiras do Instituto neste trabalho. | /
Embrapa/Soja, prefeituras, cooperativas, universidades e empresas de planejamento são parceiras do Instituto neste trabalho.| Foto: /

A Emater vai retomar neste início de novembro as ações do Programa de Manejo Integrado de Pragas na cultura da soja. A Iniciativa tem o objetivo de levar orientação técnica aos produtores, em 92 municípios, para diminuir o número de aplicações de venenos no controle de pragas, garantindo a produtividade, o aumento da renda e a preservação dos recursos naturais.

Embrapa/Soja, prefeituras, cooperativas, universidades e empresas de planejamento são parceiras do Instituto neste trabalho.

Para desenvolver o projeto, a Emater vai contar com a colaboração de cerca de 150 agricultores. Eles vão entregar suas plantações aos cuidados dos técnicos do Instituto que semanalmente vão visitá-las para monitoramento do que está acontecendo com a cultura. “Nesse monitoramento, junto com o produtor, usando um instrumento simples chamado pano de batida, é feita uma amostragem em pontos aleatórios dentro da plantação, identificando e contando todos os insetos”, explica o engenheiro agrônomo Nelson Harger, coordenador estadual do projeto Grãos, da Emater.

Segundo ele, são essas informações e mais a análise de outros fatores como a previsão do clima, por exemplo, que orientam a decisão do técnico de receitar ou não uma pulverização com veneno. “A estratégia é retardar ao máximo o uso da ferramenta química. Isso dá tempo para que naquele ambiente se estabeleça um equilíbrio biológico, situação em que os inimigos naturais se encarregam de controlar as pragas indesejáveis”, explica Harger.

Na última safra, na média, os produtores fizeram a primeira aplicação de venenos para o controle de pragas na cultura da soja aos 30 dias. Os agricultores que integram o projeto realizado pela Emater tomaram essa mesma decisão apenas aos 66 dias depois da germinação da cultura. “Com isso, foi possível reduzir em 55% o volume de agrotóxicos aplicados, comparado à média estadual que é de cinco aplicações. Tivemos o ganho ambiental e a diminuição do custo de produção equivalente a duas sacas de soja por hectare”, informa Harger.

Levando em conta que o Paraná plantou 5,2 milhões de hectares com soja, contabiliza o técnico da Emater, se todos os produtores do Estado conseguissem esse resultado teriam embolsado na safra cerca de R$ 700 milhões a mais.

As lavouras dos agricultores colaboradores orientados pela Emater são consideradas “unidades de referências”. Elas serão usadas pelos 92 extensionistas que integram a ação, até final de dezembro, para a capacitação de outros 3 mil produtores, por meio de 150 encontros técnicos que acontecem, de forma prática, junto às lavouras.

Também até o final do ano, em parceria com a Embrapa, a Emater utiliza essas unidades de referência para promover outro evento chamado Giro Técnico, com a participação de aproximadamente 600 pessoas.

Serão 15 iniciativas ao todo, que vão reunir, além de produtores, pesquisadores e técnicos da Emater, cooperativas, prefeituras e empresas da iniciativa privada.

Nesta safra, graças a uma parceria com a Embrapa e a empresa catarinense Precisagro, um grupo formado por 21 profissionais vai adotar um aplicativo para smartfhone e tablet que vai facilitar a tarefa de monitoramento no campo.

Com recurso de orientação por GPS, a tecnologia permite ao técnico, após a batida do pano em cada ponto de amostragem, lançar os dados imediatamente no aparelho que vai contabilizando e processando as informações. “Antes, eu anotava os números da amostragem numa planilha, voltava para o escritório para estudar a situação. Agora posso, na hora, ter esse resultado e junto com o produtor escolher qual o melhor caminho seguir. Decidir se fazemos alguma aplicação ou aguardamos um pouco mais”, detalha o engenheiro agrônomo Fernando Teixeira de Oliveira, da Emater de Andirá, que coordena o Programa de Manejo Integrado de Pragas da soja, em todo o Estado.

O aplicativo, comenta o técnico, permite a criação de uma rede de comunicação entre todos os profissionais envolvidos na ação. “Isso é bom porque se alguém se depara com um inseto estranho, que ainda não conhece, pode tirar uma foto dele e pedir aos demais profissionais que estão conectados. Também, em tempo real, pode pedir ajuda a outro colega para auxiliar a sua tomada de decisão”.

Fernando acredita que a novidade pode ser útil, ainda, para atrair o interesse de profissionais mais jovens para o projeto. “Estudantes de Agronomia têm acompanhado o nosso trabalho, em certos locais até auxiliando no monitoramento das lavouras, Eles são de uma geração bastante ligada às novas tecnologias de comunicação”, afirmou.

O programa Manejo Integrado de Pragas da Soja integra as ações da Campanha Plante Seu Futuro, desenvolvida pela Secretaria de Estado da Agricultura com seus órgãos vinculados e diversas outras organizações que têm atuação no campo, entre elas Faep/Senar, Fetaep, Ocepar, prefeituras, cooperativas e empresas da iniciativa privada.

A Campanha busca promover a adoção de boas práticas agrícolas e envolve, além do MIP, a conservação do solo e da água, controle de formigas cortadeiras e o manejo integrado de doenças e plantas invasoras.

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