A Votorantim é lembrada pelos consumidores principalmente como uma histórica fabricante de cimentos e argamassas. De fato a companhia tem nesses produtos um dos seus maiores alicerces. Mas a crise econômica e a desaceleração da construção civil levou a uma mudança de foco que tem feito a empresa atuar também na “construção” do agronegócio nacional. Com a redução nas vendas de produtos convencionais, um investimento maior na venda de calcário agrícola tem apresentado uma curva de crescimento considerável nos negócio do grupo.
No período de dois anos, de 2015 a 2017, somente com a utilização de um novo moinho na unidade de Rio Branco do Sul, região metropolitana de Curitiba, a capacidade de produção de calcário agrícola subiu de 280 mil toneladas/ano para 900 mil ton/ano. Essa fábrica representa mais de 50% da produção de calcário agrícola em uma região que abrange o sul do Mato Grosso do Sul e de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Oeste do Rio Grande do Sul.
Hoje, a Votorantim tem 11 fábricas aptas a produzir calcário agrícola no Brasil, que respondem por entre 8% e 9% das mais de 30 milhões de toneladas anuais do produto consumido pelos agricultores brasileiros. O cálculo de consumo de calcário no Brasil é da Associação Brasileira dos Produtores de Calcário Agrícola.
Laércio Solla, gerente geral de calcário agrícola e cales da Votorantim, explica que a partir de 2011, com a expectativa de crescimento do Brasil, a empresa fez investimentos bilionários em suas plantas pelo país. Somente em Rio Branco do Sul foram R$ 700 milhões em cinco anos. “Ampliamos nossa capacidade e com isso também abrimos uma gama de possibilidades para entrar em outros mercados”, relata.
Tomas Rheinegger, gerente da unidade da RMC, enfatiza que a extração do minério que se transforma em calcário agrícola é parte de um processo que também pode ser convertido em cimento. “Não existem dois padrões de qualidade, o material final da extração de matéria prima serve tanto para a fabricação dos nossos cimentos e argamassas quanto para a produção do calcário agrícola”, ressalta.
Logística
O calcário, assim como outros fertilizantes, depende de uma prática comum na agricultura. Quando os caminhões vão descarregar soja no porto, eles são contratados em uma modalidade chamada frete de retorno. Para não voltarem vazios eles são acionado para levar uma carga de fertilizantes.
Solla detalha que a localização da fábrica na RMC é estratégica, pois fica no caminho entre o Porto de Paranaguá – um dos principais polos de escoamento de grãos do país – e o interior do PR, SC, RS e MS. “Atendemos 24 horas por dia, para os caminhoneiros poderem carregar na hora que for mais conveniente depois de saírem do Porto e não perderem tempo”, cita.
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