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Entrevista

Com novo presidente, Sociedade Rural do Paraná quer ser mais agrícola e tecnológica

 | Daniel Caron/Gazeta do Povo
(Foto: Daniel Caron/Gazeta do Povo)

O produtor Antônio Sampaio foi eleito, por aclamação, novo presidente da Sociedade Rural do Paraná (SRP) para a gestão 2018/20. Ele substitui Afranio Brandão. A posse da nova diretoria acontece até o dia 10 de agosto. A data ainda não foi definida.

Sampaio participa da diretoria da SRP há 12 anos, engenheiro civil graduado pelo Mackenzie e com mestrado em gerenciamento de obras e economia pela Universidade Aston, em Birmingham, na Inglaterra, ele exerceu a profissão por muitos anos concomitantemente com a agricultura. Gradualmente, deixou a engenharia e hoje se dedica integralmente às atividades do campo.

A ligação de Sampaio com a agropecuária vem da infância. O avô, que era médico em São Paulo, comprou terras em Arapongas em 1922. A propriedade – Fazenda Santo Antonio – só foi aberta pela família em 1940, produzindo café, e parte destinada à pastagem. Hoje, Sampaio administra duas propriedades – a Santo Antônio – e a Santa Catarina, em Guaraci, também na região Norte do Paraná. É produtor de grãos, principalmente milho, soja e trigo.

O novo presidente conversou com o Agronegócio da Gazeta do Povo sobre os novos desafios à frente da entidade.

AgroGP: A Sociedade Rural do Paraná tem uma imagem bastante vinculada à pecuária, mas isso está mudando. O senhor mesmo é produtor de grãos. Como o senhor enxerga essa divisão?

Antônio Sampaio: É uma imagem antiga, que não existe mais. O Paraná mudou. A pecuária perdeu espaço com os anos. Como uma entidade representante de classe, precisamos nos adaptar às mudanças, à nova realidade do campo. É nossa função. E temos intensificado a nossa ação nesta área de grãos, de agricultura. Até mesmo a característica da pecuária mudou, não é mais aquela de antigamente. A agricultura faz cada vez mais parte da Sociedade Rural do Paraná.

AgroGP: A Sociedade Rural do Paraná organiza um dos maiores eventos agropecuários do Brasil: a ExpoLondrina. Antigamente, a feira estava mais ligada ao entretenimento. Com o tempo, ela ficou cada vez mais técnica. O senhor vai aprofundar isso?

AS: Sim. Nós vamos intensificar. É o nosso objetivo. Neste ano, nós já tivemos uma quantidade enorme de palestras, cursos, eventos, fóruns técnicos e de debates, com um público muito grande. As pessoas já enxergam a ExpoLondrina como uma referência técnica, um espaço para buscar informações, tecnologia, se atualizar.

AgroGP: O agronegócio brasileiro vive um dos melhores momentos da história. Motor da economia, o setor foi responsável pelo crescimento econômico do país no ano passado. Qual é a sua avaliação como novo presidente da Sociedade Rural do Paraná?

AS: É o setor mais importante da economia brasileira. Diferentes indústrias não existiriam se não fosse o agronegócio. Nós vamos buscar representatividade. A equinocultura, a criação de cavalos, gera mais emprego que a indústria automobilística no Brasil. No entanto, quando vai a Brasília, a indústria de automóvel é recebida sem marcar horário; a pecuária inteira não é recebida nem marcando hora. É um equivoco. Não queremos mais que ninguém, mas queremos ser ouvidos e respeitados na mesma proporção da nossa importância econômica. Quero que todo produtor rural, independentemente do tamanho, tenha voz.

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