Se o clima colaborar a expectativa é de recorde na safra, com 215 milhões de toneladas de grãos (100 mi de soja, 82 mi de milho e 33 mi de outras culturas).| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

A Expedição Safra esteve na estrada nos últimos quatro meses para constatar as expectativas do ciclo 2016/17. Foram mais de 40 mil quilômetros percorridos em dez estados brasileiros e nos Estados Unidos. Nos próximos meses, o protagonismo das plantadeiras em ritmo frenético cessa e entram em cena outros maquinários. Enquanto isso, o ator principal será o clima. Se ele for favorável, a expectativa é de recorde, com 215 milhões de toneladas de grãos (100 mi de soja, 82 mi de milho e 33 mi de outras culturas). No ano passado, por causa da quebra em algumas regiões do país, foram colhidos 186 milhões de toneladas, muito abaixo do esperado.

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ROTEIRO: veja abaixo os locais pelos quais a Expedição Safra passa.

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Nos três estados da região Sul, as lavouras estão com crescimento a todo vapor. Produtores apostam que a safra de verão terá excelentes resultados, caso haja condições climáticas favoráveis. No entanto, o fenômeno La Niña acende o alerta para a irregularidade das chuvas.

No Paraná, como o plantio foi antecipado para aproveitar melhor a janela de colheita precoce e semeadura do milho safrinha nas regiões mais quentes (Norte, Noroeste, Oeste e parte do Sudoeste), é possível que haja perdas concentradas em algumas áreas, caso ocorra um veranico nas próximas semanas.

Em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul o plantio começou mais tarde, por conta da colheita do trigo. Nos dois estados, os produtores estão confiantes e querem repetir o desempenho do ano passado, que foi recorde. A área dedicada ao milho cresceu. Depois da crise do cereal, que chegou a valer R$ 70 por saca ao longo de 2016, os produtores se sentiram encorajados. É a primeira vez na década que os estados aumentam a área dedicada ao milho. “As condições das lavouras estão muito boas, por enquanto, não há relato de danos ou pragas”, afirma o gerente adjunto da Emater em Erechim, no Noroeste do RS, Neri Montepó.

215 milhões de toneladas

É o potencial produtivo da safra brasileira de grãos no ciclo 2016/17. Conforme apontou a primeira projeção da Expedição Safra, soja e milho sustentam as boas expectativas.

O Centro-Oeste brasileiro vive uma realidade peculiar, já que os agricultores ainda juntam os cacos da quebra de mais de 30% na última safra. O fantasma das perdas trouxe investimentos com o pé no chão. Mesmo assim, os produtores da região estão esperançosos. No Mato Grosso do Sul e em Goiás, os problemas maiores no último ciclo foram com o milho safrinha: houve casos em que o cereal sequer foi colhido. Já no Mato Grosso – maior produtor de soja do Brasil –, o tamanho do estado fez com que o clima tenha sido bastante diversificado em 2015. Neste ano, há situações distintas, que vão desde atraso até recorde na antecipação do plantio.

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Responsável por 10% da produção brasileira de grãos, o Matopiba (polo agrícola que envolve os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) está preparado para a retomada. Depois de quatro anos consecutivos de perdas, os produtores estão confiantes. Mesmo descapitalizados – por causa das quebras –, eles apostam numa safra excepcional. “Até o momento, as condições estão ideais para o plantio e condução das lavouras. Nós teremos um ano bom de chuvas e uma safra cheia”, afirma Luiz Stahlke, assessor de Agronegócio da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba).

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]