A ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Kátia Abreu, convocou para esta terça-feira (25) uma reunião com os bancos públicos e privados e representantes do setor agrícola para discutir o financiamento da safra. O objetivo é identificar os gargalos no acesso ao crédito apontado pelos produtores e alternativas para superar problemas como o aumento das exigências de garantias pelos bancos para liberar os recursos. A principal preocupação é com os bancos privados, onde o crédito sofreu maior retração no primeiro semestre.
"Vamos fazer essa reunião, ver quais são as dificuldades, e ver o que a gente pode fazer", afirmou a ministra. "Não é possível que não encontremos mecanismos que possam superar esse desempenho." Os produtores de soja estão se queixando de dificuldades para obter empréstimos para custear sua produção a menos de um mês do início do plantio da nova safra.
Segundo Kátia Abreu, o governo começou a receber reclamações dos produtores sobre dificuldades de acesso a crédito há cerca de 20 dias. "Quando os produtores reclamam de várias partes do país, pode ter certeza que é verdade, que alguma coisa tem. A luz amarela já tinha acendido", afirmou.
Nos primeiros sete meses do ano, o financiamento do custeio e comercialização da safra caiu 9% em relação ao mesmo período do ano anterior, somando R$ 47 bilhões, segundo números do Banco Central compilados pelo Mapa.
A queda foi mais concentrada no crédito oferecido pelos bancos privados, que despencou 24%, para R$ 13,4 bilhões. Nos bancos públicos, que respondem pela maior fatia do financiamento, o recuo foi de 2%, para R$ 28,9 bilhões.
A ministra ponderou que o fato de a Caixa Econômica Federal ter apenas recentemente aumentado sua participação no crédito agrícola justifica uma maior cautela do banco nas concessões. "O que a gente pode e vai fazer em relação à Caixa é ela poder compreender melhor o setor, tomar algumas medidas que flexibilizem essa questão", disse a ministra.
Ela acrescentou que os bancos privados também têm menor experiência com o crédito agrícola e se retraíram no primeiro semestre do ano por causa da crise econômica e política.
A avaliação é que esse cenário já começou a se distender a partir de julho, depois de o governo ter anunciado o Plano Agrícola e Pecuário 2015/2016, com um aumento de 20% de recursos em relação ao ano anterior. No mês, o crédito avançou 32% em relação ao mesmo período do ano passado (alta de 62% nos bancos públicos e 6% nos privados).
Participarão da reunião em Brasília a CNF (Confederação Nacional das Instituições Financeiras), o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal e a CNA (Confederação Nacional da Agricultura), além de entidades setoriais de produtores e cooperativas. Do lado do governo, está prevista ainda a participação do secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Tarcísio Godoy.
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