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Dia Mundial do Saquê

Doze fatos que comprovam: saquê é muito mais do que “saquerinha”

Dos 12 tipos de saquê existentes, apenas dois são conhecidos no Brasil: o Junmai e o Hunjouzo. | André Rodrigues/Gazeta do Povo.
Dos 12 tipos de saquê existentes, apenas dois são conhecidos no Brasil: o Junmai e o Hunjouzo. (Foto: André Rodrigues/Gazeta do Povo.)

Muito antes de Jaspion, Pokémon e Zico, o que já fazia a cabeça dos japoneses – praticamente “desde sempre” - era o saquê, bebida mais famosa e que se mistura com a própria cultura do país.

Aliás, ninguém sabe ao certo como o saquê surgiu. A única certeza é de que foi no Japão e por acaso. A principal teoria é de que, há mais ou menos 2 mil anos, um camponês teria deixado um tonel de arroz destampado, estragando o alimento. Para evitar o desperdício e como punição pelo ocorrido, o dono da fazenda disse ao funcionário que aquele arroz seria o seu pagamento do mês. Sem alternativa, o camponês levou o mingau para casa e, depois de algumas colheradas, percebeu algo diferente e alcoólico. Pronto, o primeiro passo havia sido dado.

Com o tempo, os produtores foram aprimorando o processo de fabricação da bebida e o saquê, como conhecemos hoje. No dia mundial da bebida, confira curiosidades e formas de se beber saquê acompanhando diferentes tipos de pratos:

1 - O Saquê é uma bebida feita a partir da fermentação do arroz, com teor alcóolico entre 15% e 16%, muito parecido com o do vinho, o que desmente aquela ideia de que a bebida é “difícil de engolir”.

2 - Durante a II Guerra Mundial, as plantações de arroz foram devastadas e o governo determinou que se colocasse álcool para diluir o saquê e render mais, além de baixar o preço. Quando o governo permitiu finalmente que os produtores deixassem de adotar a medida, ninguém quis voltar à antiga produção.

3 - Nos anos 70, foi descoberto que um pouco de álcool em alguns tipos de saquês ajudava na fermentação e ressaltava determinados sabores;

4 - Os principais fatores para determinar a qualidade do saquê são: qualidade do arroz, polimento do arroz e participação do mestre de produção (toji) no processo.

5 - Existem mais ou menos 130 tipos de arroz certos para a fabricação de saquê no Japão. Muitos são feitos de mistura de mais de um tipo.

6 - Yamadanishiki é considerado por muitos o melhor tipo de arroz para saquê no mundo.

7 - Saquês super premium aproveitam 60% ou menos do grão de arroz.

8 - No Japão hoje existem aproximadamente 14.00 fábricas de saquês (Kura).

9 - O número de exportação do saquê cresce a cada ano no Japão. Mas apenas 3% da produção da bebida são vendidos para outros países. Não existe pesquisa oficial nem no Brasil e nem no Japão que identifique a produção total.

10 - Os japoneses usam pequenos copos de vidro ou de cerâmica chamados choko.

11 - O saquê no Japão nunca é serviço para si mesmo, sempre servido ao próximo.

12 - Saquês podem ser tomados a qualquer temperatura. Mas os mais elaborados podem perder alguns elementos ao ser esquentados por serem muito suaves. Já os produtos mais alcoólicos e super-secos podem responder bem ao aquecimento.

Conheça sete formas de harmonização de pratos com o saquê:

Pratos leves – pode ser harmonizado com ginjo e daiginjo para apreciar o saquê. Exemplos: saladas, grelhados de carne branca, carpaccio, massas sem molhos encorpados.

Pratos salgados – pode ser harmonizado com saquês levemente doces. Mas se o salgado for acentuado, recomenda-se um saquê mais seco, do tipo junmai. Exemplos: peixe assado, massas de molho vermelho, que podem ser servidos com saquê do tipo nigori (mais encorpado).

Pratos cítricos – Harmoniza-se com saquês mais doces como nigori (mais encorpado) ou honjozo. Exemplos: Ceviches, sunomono.

Pratos temperados e oleosos – Normalmente harmoniza-se com saquê junmai. Entretanto, o corpo leve do saquê honjozo pode “quebrar” a oleosidade. Exemplos: o churrasco pode combinar com um nigori, junmai, honjozo seco. Para quem prefere reduzir a gordura pode harmonizar com um honjozo extra dry.

Pratos aromáticos – Harmoniza-se com saquê aromático, o suficiente para que se sobressaia da comida.

Pratos encorpados – Harmoniza bem com saquê encorpado e sabor de forte presença. Exemplos: carne de panela mineira e feijoada podem ser acompanhados do saquê nigori, que é mais encorpado e realça o sabor acentuado destes pratos.

Pratos doces – Podem ser harmonizados com saquê seco para destacar a doçura da comida – como nos casos da sobremesa. Também pode ser harmonizado com saquê doce para que a comida não fique enjoativa.

Fonte: Tradebras, empresa focada na importação e exportação de produtos da cultura oriental; Celso Ishiy, sommelier de saquê e um dos principais especialistas no assunto no Brasil.

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