O que o mundo acompanhou, sobretudo no segundo semestre de 2016, foi confirmado nesta quinta-feira (12) pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, o USDA. Em seu último relatório para a safra atual, a entidade atualizou os números e cravou uma colheita de 500,7 milhões de toneladas no país, contando apenas soja e milho. O resultado ficou 1% abaixo da projeção divulgada em novembro, mas ainda assim muito acima do ciclo 2015/16.
Para a oleaginosa, a produção foi de 117,2 milhões de toneladas (10% a mais do que na safra passada) e, no caso do cereal, foram 383,5 milhões de toneladas (11% de aumento em relação à última temporada). Segundo o USDA, a produtividade média da soja bateu o recorde registrado em 2015, ficando em 59 sacas por hectare, ao passo que, para o milho, o índice foi de 184,8 sacas por hectare.
Para o analista da Granopar, Aldo Lobo, o relatório do USDA não trouxe grandes surpresas. Segundo ele, a produção caiu em quase 5 milhões de toneladas por conta de um ligeiro recuo na área colhida e também na produtividade. “No caso da soja, o mercado esperava que o USDA revisasse para cima as exportações, o que interferiria nos estoques e acabou não ocorrendo. Com o clima bom na América do Sul, houve cancelamentos de embarques nas últimas duas semanas”, afirma. “Então, os estoques caíram, mas por causa dessa revisão na produção, e não pelas exportações”, acrescenta Lobo.
Sobre os preços na Bolsa de Chicago, o analista acredita que as cotações da soja, que vinham em queda, devem ganhar fôlego e permanecer acima dos US$ 10 por bushel. “Talvez a queda nos preços não venha tão forte ou, ao menos, seja adiada até abril, dependendo da colheita na Argentina”, explica. Em relação ao milho, como os estoques são quase três vezes maiores, o mercado não deve sofrer interferências. “Agora, o mercado espera o que vai acontecer por aqui, no Brasil”, completa Lobo. Nos contratos para março de 2017, o preço da soja está em US$ 10,36 por bushel e o do milho em US$ 3,57.
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