As vendas brasileiras de grãos aos países árabes deram um salto de 181% no acumulado dos dois primeiros meses de 2016, motivadas pela recomposição de estoques, e chegaram a 1,72 milhão de toneladas. De acordo com dados da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira (CCAB), os valores totalizaram US$ 282,86 milhões, aumento de 137% em receita em comparação com o mesmo período do ano passado.
Segundo o relatório da entidade organizado a partir de dados do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), as exportações de açúcar para os 22 membros da Liga de Estados Árabes voltaram a crescer. No acumulado de janeiro e fevereiro, os volumes somaram 1,56 milhão de toneladas, avanço de 32,13%. As receitas somaram US$ 448,09 milhões, alta de 8,94% em relação ao mesmo período de 2015.
Boa parte das vendas teve como destino o Egito, que no período tornou-se o principal parceiro comercial do Brasil no mundo árabe, superando até mesmo o tradicional líder do ranking, a Arábia Saudita. Apenas para o país africano, as exportações totalizaram US$ 380,55 milhões, alta de 54,73%. O Iraque também pulou da décima para a quinta posição entre os principais destinos dos produtos brasileiros, com exportações de US$ 62,44 milhões (alta de 147,59%) no período.
Para o secretário-geral da CCAB, Michel Alaby, o avanço nas exportações de grãos e açúcar, mesmo num cenário de baixa no preço internacional das commodities e considerando um novo possível recorde na produção brasileira de grãos, demonstra a força dos árabes como mercado consumidor. “Há nesses mercados uma demanda significativa por alimentos e produtos básicos que precisa ser considerada em todas as situações”, analisa.
No cômputo geral, as vendas brasileiras aos árabes somaram US$ 1,693 bilhão. O resultado é 3,59% abaixo do alcançado nos meses de janeiro e fevereiro de 2015. Em volume, as vendas totalizaram 5,65 milhões de toneladas, redução de 10,77% na mesma comparação. O Brasil também importou mais dos árabes no período, pelo menos em volume: 2,26 milhão de toneladas, alta de 8,75%. Mas, em valores, as compras brasileiras tiveram queda de 30,63% e totalizaram US$ 782,34 milhões.