O Brasil faturou 14% menos com as exportações do agronegócio em julho deste ano em relação a igual mês de 2015, informou nesta segunda-feira (8) a Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio (SRI) do Ministério da Agricultura. No mês passado, os embarques do setor somaram US$ 7,81 bilhões, ante US$ 9,11 bilhões em julho de 2015. Já as importações decresceram 0,6%, passando de US$ 1,15 bilhão em julho de 2015 para US$ 1,14 bilhão em julho deste ano.
No mês passado, o complexo soja liderou os embarques ao exterior, com 39% do total, seguido de carnes, com 15,1%; complexo sucroalcooleiro, com 15%; produtos florestais (10,7%) e café (4,1%). Juntos, foram responsáveis por 83,8% das vendas externas do País no setor.
Conforme a SRI, o recuo nos valores exportados pelo País explica-se pela queda internacional dos preços de vários produtos - carne suína (-21%), bovina (-12,6%), de frango (-3,4%), celulose (-15%), suco de laranja (-8,6%) - e também pelo menor volume exportado.
Já nos sete primeiros meses do ano, o faturamento do Brasil com as exportações do segmento alcançou US$ 52,8 bilhões. O valor é praticamente estável em relação a igual período do ano passado, ou 1% maior. Já as importações recuaram quase 12%, para US$ 7,24 bilhões.
O saldo comercial do setor no período ficou positivo em US$ 45,58 bilhões, sendo que o agronegócio representou 49,6% das exportações totais do Brasil de janeiro a julho.
Soja
O complexo soja exportou 22,6% menos em valor no mês de julho de 2016 em relação a igual mês de 2015, informou a SRI. A soma dos embarques no mês passado alcançou US$ 3,04 bilhões, ante US$ 3,93 bilhões em julho/2015. Tal redução ocorreu por causa da diminuição de 29,2% no volume embarcado do complexo - de 10,248 milhões de toneladas em julho/2015 para 7,255 milhões de t em julho/2016.
Embarques volumosos, antecipados nos primeiros meses deste ano, além de mercado interno com preço forte da oleaginosa, também podem explicar o recuo nos embarques em julho. Conforme o ministério, a soja em grão continuou a ser o principal produto embarcado, perfazendo 79,7% em faturamento no complexo, ou US$ 2,43 bilhões.
Já a quantidade exportada do grão diminuiu de 8,44 milhões de toneladas em julho de 2015 para 5,79 milhões de toneladas em julho de 2016 (-31,4%). O aumento de 9,7% no preço médio de exportação da soja em grão compensou, em parte, a queda da quantidade exportada no mês. As exportações de farelo de soja e óleo de soja foram de US$ 557,51 milhões (-12,7%) e US$ 61,08 milhões (-13,0%), respectivamente, conforme o ministério.
Carnes
O setor de carnes (bovina, de frango e suína), o segundo principal complexo exportador do agronegócio no País, também faturou menos (19,6%), ou US$ 1,18 bilhão em julho de 2016, ante US$ 1,464 bilhão em julho/2015. A redução, conforme o ministério, ocorreu em função da queda quase generalizada na quantidade exportada - já que a valorização do dólar no mês passado tornou a proteína brasileira menos competitiva no exterior - e, também, da diminuição do preço médio de exportação.
A carne de frango continuou na primeira posição. Foram US$ 596,36 milhões em exportação (-21,9%), com redução de 19,1% na quantidade exportada e queda de 3,4% no preço médio de exportação. O mesmo comportamento ocorreu com a carne bovina, que registrou retração de 18% no valor exportado, atingindo US$ 408,57 milhões em vendas externas. A quantidade exportada de carne bovina caiu 6,2% enquanto o preço médio de exportação diminuiu 12,6%.
As exportações de carne suína foram de US$ 120,23 milhões (-23,6%), com queda de 3,4% na quantidade exportada e 20,9% no preço médio de exportação.
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