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Pomares de laranja do Paraná são os mais produtivos do Brasil; colheita cresce 33%

Produção de laranjas do Paraná é a terceira maior do Brasil e tem a maior produtividade nacional | Jonathan Campos/Gazeta do Povo
Produção de laranjas do Paraná é a terceira maior do Brasil e tem a maior produtividade nacional (Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo)

Está prestes a começar, em julho, a colheita de laranjas e o Paraná deve ter aumento de 33% na produção. Na safra anterior (2016/17), foram 750 mil toneladas. Agora, a expectativa é de 1 milhão de toneladas na safra 207/18, o que representa 24 milhões de caixas.

A análise é do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento. “Com esse volume, o Estado volta aos seus patamares normais de produção”, diz Paulo Andrade, engenheiro agrônomo do órgão.

A safra anterior foi prejudicada pelo clima e, neste ano, a alta produtividade dos pomares aliada às condições climáticas ideais deve confirmar a condição dos pomares de laranjas do Paraná: são os mais produtivos do país.

Pomares de laranja do Paraná: alta produtividade

Se em 2004 os pomares do produziam apenas 335 mil toneladas de laranjas, atualmente a produção triplicou graças aos ganhos de produção. Enquanto no Brasil a colheita média é de 553 caixas de 40,8 kg por hectare e em São Paulo 625 caixas, no Noroeste do Paraná a média é de 923 caixas, chegando a 2 mil caixas em alguns locais.

De acordo com Leandro Teixeira, gerente técnico da cooperativa Cocamar, as técnicas de manejo, o investimento em tecnologia e o apoio do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) vêm garantindo bons resultados mesmo quando o clima não está favorável.

“Depois de dois anos ruins, impactados pelas altas temperaturas em novembro de 2015 e a geada em junho do ano passado, o clima foi muito bom e garantiu alta produtividade nessa safra”, diz Teixeira. A expectativa é que os cooperados colham entre 1,5 mil e 1,7 mil caixas por hectare.

Ao todo, cem municípios do estado são produtores, abrigando cerca de 600 citricultores. O Noroeste é a principal região produtora do Estado, com 70% dos pomares. “Hoje a citricultura está consolidada no Paraná e é a principal atividade da fruticultura do Estado”, completa Andrade.

Em relação ao volume de produção, o estado é o terceiro maior produtor nacional, atrás de São Paulo e Minas Gerais. Com R$ 315 milhões em valor bruto de produção os laranjais paranaenses representam 6% da produção nacional.

Suco de laranja: exportações brasileiras

Segundo o Deral, o Paraná produz 50 mil toneladas de suco concentrado, por meio de três indústrias. Praticamente toda a produção é exportada, mas a perda de espaço para outras bebidas na Europa é motivo de preocupação.

“São sucos funcionais, tipo detox, com couve, cenoura. Essa mudança de perfil também acontece porque o suco de laranja é calórico”, diz Luís Gustavo Budziak, economista da Valuup, consultoria e assessoria econômico-financeira.

No Reino Unido o consumo de suco de laranja caiu em 100 milhões de litros entre 2012 e 2015, enquanto que o consumo de água de coco subiu 80 milhões de litros. Em 2015, o Brasil exportou 1,1 milhão de quilos exportados da fruta contra apenas 157 mil em 2016.

A solução, então, é apostar em outros mercados. Neste sentido, a ideia é aproveitar que o mercado norte-americano vem sofrendo com queda de produção na Flórida. “O suco do Paraná, pela doçura e coloração, tem grande aceitação no mercado internacional, com destaque para os Estados Unidos”, diz Teixeira. A remuneração também anima: o produtor está recebendo R$ 20 por caixa, 18% mais do que os R$ 17,00 pagos na safra passada, segundo o Deral.

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