Funcionários da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), maior empresa pública responsável pelo desenvolvimento de novas tecnologias na área agrícola, vão acordar de braços fechados nesta quarta-feira (29). O Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Pesquisa Agropecuária (Sinpaf) convocou todos os trabalhadores da estatal para uma paralisação nacional e cobrar o reajuste salarial de 9,28% da inflação mais 1,8% referente ao Produto Interno Bruto (PIB) agrícola do ano passado. A proposta de 8,28% oferecida pela empresa não foi aceita pela categoria.
“Nos foi oferecido menos do que a inflação e ela está muito alta para a gente. Nós queremos pelo menos o reajuste da inflação para proteger os nossos salários”, explica o assistente de pesquisa da Embrapa Soja, em Londrina, Marcos Mafra.
De acordo com o Sindicato, a categoria cobra, além do reajuste com reposição das perdas salariais, avanços nas garantias sociais e reconhecimento de todo o trabalho que é feito pelos funcionários. “A gente sabe que é possível avançar nas negociações. Só precisamos que os responsáveis tenham mais empenho para que se consiga chegar a um reajuste digno para os trabalhadores”, afirma o presidente do Sinpaf, Julio Guerra.
Questões como os Adicionais de Insalubridade e Periculosidade, Auxílio Alimentação e Refeição, Fornecimento de café da manhã, Auxílio Creche/Pré-escola/Babá e Escola, Promoção e Critérios, Jornada Especial para Motoristas e Licença Maternidade e Paternidade também fazem parte das reivindicações dos trabalhadores nas Negociações do Acordo Coletivo de Trabalho 2016/2017.
Guerra acredita que todas as unidades da Embrapa devem colaborar com a paralisação. “30 unidades já tinham aderido ao protesto até o final da noite de segunda-feira (27). Mas com certeza teremos o apoio de todos, pois lutamos para a volta da negociação coletiva e, acima de tudo, lutamos para manter funcionando essa empresa que é estratégica para o desenvolvimento da agricultura brasileira”, completa Guerra.
Investimentos
O trabalho desenvolvido pela Embrapa é essencial para o avanço das pesquisas, mas o corte de boa parte dos investimentos públicos afeta negativamente o desenvolvimento da agropecuária brasileira. “Uma cultivar leva 12 anos para ser lançada no mercado. Um corte no investimento pode comprometer o avanço do país no futuro. Temos que investir em pesquisa para não ficar refém das multinacionais”, afirma Mafra.
Segundo Guerra, além do reajuste salarial, a categoria também cobra o aumento nos investimentos em pesquisa. “Os funcionários contribuem de forma significativa para a evolução da produção agrícola. Queremos o mínimo de reconhecimento por esse trabalho”, afirma.
Os protestos estão marcados nas unidades regionais da Embrapa a partir das 8 horas.
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