Só a região do litoral deve escapar das geadas previstas para a próxima madrugada no Paraná, que vão ocorrer com a mudança brusca do tempo provocada pelo ingresso da massa de ar frio mais intensa já registrada neste ano.
“Vamos ter geada em praticamente todo o estado. Na agricultura, a grande preocupação está com os hortigranjeiros e alguma coisa com o café. No mais, não há nada que a geada possa pegar. O milho está quase todo colhido e o frio não deve ser problema para o trigo”, avalia Luiz Renato Lazinski, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
Está prevista geada forte no Sul, Sudoeste e em algumas áreas do Oeste do estado; de moderada a forte nos Campos Gerais, em Curitiba e Região Metropolitana; e de moderada a fraca no Norte do estado. As temperaturas podem chegar a -6º na região de Palmas, no Sul do estado; de 0 a -2º em boa parte do Oeste, Campos Gerais e Curitiba; e de 0 a 2º no Norte do estado. No litoral, as temperaturas permanecem mais “amenas”, com mínima de 7º em Morretes, podendo ocorrer geadas em áreas mais baixas.
Há ainda possibilidade de ocorrência da geada negra em partes das regiões Sudoeste e Noroeste do Paraná. A geada negra ocorre quando a presença de vento impede a formação de gelo, mas há o congelamento e queima da planta. Segundo o Sistema Meteorológico do Paraná (Simepar), o resfriamento deverá ser mais intenso na faixa que passa pelos municípios de São Jorge do Patrocínio, Umuarama e Jesuítas.
Medidas emergenciais
Nas próximas horas os produtores de café devem correr contra o tempo para proteger as plantações. A recomendação do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) é para que se cubra com terra as mudas de plantios mais novos, com até seis meses, até que a ameaça de geadas tenha passado. As mudas que ainda estão nos viveiros devem ser protegidas com várias camadas de cobertura plástica ou com aquecimento, com a opção de adotar as duas práticas simultaneamente.
No caso de pés de café maiores, lavouras de seis meses a dois anos, a recomendação aos produtores é amontoar terra no tronco das plantas até o primeiro par de folhas. Essa proteção deve ser mantida até meados setembro, e depois retirada com as mãos.
Em relação aos hortigranjeiros, de 60 a 70% dos cultivos no Paraná estão protegidos da geada por estufas e túneis plásticos, segundo o Departamento de Economia Rural (Deral). Os produtores que não têm essas estruturas costumam enfrentar o frio fazendo fogueiras próximo das plantações. Trata-se de uma tentativa “arriscada, poluente e com baixa eficiência”, segundo Francisco Simeone, diretor do Deral. “Isso, além de tudo, submete o produtor a um sacrifício enorme, para um resultado prático pequeno ou quase inexistente”, avalia.
Há previsão de mais geada para as regiões cafeeiras ao longo da semana. A situação pode ser monitorada pelo site do Instituto Agronômico www.iapar.br ou pelo disque-geada (43) 3391-4500.
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