Se, até a última semana, a preocupação dos produtores era em relação ao atraso do Plano Safra 2017/18, agora é a crise política que tomou conta do governo - e as possíveis implicações que ela pode ter - que deixa o setor receoso. O secretário de Política Agrícola e ex-ministro da Agricultura, Neri Geller, admitiu que lideranças de várias cadeias do agronegócio telefonaram para ele e demonstraram “angústia” quanto ao programa, em fase final de elaboração.
O secretário tentou acalmá-las. “Não vamos deixar questão política contaminar discussão técnica do Plano Safra. Temos o apoio do Congresso, conversamos normalmente com o Ministério da Fazenda e a orientação do ministro é de um plano safra robusto, com um maior volume em alguns programas e em trabalhar pela redução da taxa de juros”, disse Geller, um dia após a eclosão do escândalo envolvendo o presidente Michel Temer em delações da JBS.
Geller teve reunião com o secretário política econômica do Ministério da Fazenda, Fabio Kanckuk, para avançar nas negociações para a elaboração do Plano Safra. O Ministério da Agricultura espera apresentar os detalhes do programa para apreciação do Conselho Monetário Nacional (CMN) na reunião da próxima quinta-feira (25).
Caso isso não ocorra, Geller afirmou que uma reunião extraordinária poderá ser pedida para a apreciação das medidas. Durante o mês de junho as portarias com as medidas precisam ser publicadas para que, a partir de 1º de julho, os recursos estejam disponíveis nas instituições financeiras de crédito agrícola.
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