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JBS concede férias coletivas, paralisa unidades e alega falta de carne para abate

Analistas avaliam também que a indústria está sem condições de repassar a alta do custo para o consumidor, por causa da crise econômica do País. | Divulgação/MPT
Analistas avaliam também que a indústria está sem condições de repassar a alta do custo para o consumidor, por causa da crise econômica do País. (Foto: Divulgação/MPT)

A JBS, maior processadora de carne bovina, ovina e de aves do mundo, informou que concedeu férias coletivas para funcionários das unidades de Nova Andradina (MS), Alta Floresta e Pedra Preta (MT), Santana do Araguaia (PA) e de um turno de produção de Mozarlândia (GO), a partir desta segunda-feira, 7, pelo período de 20 dias.

Segundo a empresa, os motivos são a baixa disponibilidade de matéria-prima, a dificuldade de acesso às fazendas por conta da temporada de chuvas intensas em algumas regiões e a adequação do nível de estoques às necessidades do mercado. “Após esse período as atividades serão retomadas normalmente”, disse em nota a empresa.

Atualmente, a oferta de boi pronto para o abate está bastante restrita em quase todo o País. Um dos motivos é a estiagem registrada no Centro-Oeste no fim do ano passado que atrasou a recuperação dos pastos e consequentemente a engorda do gado. Com isto, o preço da arroba do boi gordo acumulou alta desde o início do ano e pressionou a margem dos frigoríficos no período. Na sexta-feira, o indicador Cepea/Esalq avançou na sexta-feira, 0,64% no valor à vista, para R$ 156,76/arroba. Desde o início do ano a alta acumulada é de 5,83%.

Analistas avaliam também que a indústria está sem condições de repassar a alta do custo para o consumidor, por causa da crise econômica do País.

Em compensação, a estratégia dos frigoríficos em reduzir escalas de produção parece já surtir efeito no mercado. A Scot Consultoria apontou que o preço de referência caiu hoje em 22 praças pecuárias do País, das 31 pesquisadas pela consultoria.

CNTA Afins

A Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação e Afins (CNTA Afins) afirmou, hoje, que vai acompanhar de perto a concessão de férias coletivas do grupo JBS.

A CNTA representa atualmente 440 mil trabalhadores, sendo 117 mil funcionários da JBS. Na nota, a associação afirma que, ante qualquer ameaça de demissão ou desativação de unidades, tomará todas as medidas necessárias.

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