A entidade não esteve presente no lançamento do Plano Safra na manhã desta quarta| Foto: Reprodução Internet/CNA

Em entrevista coletiva realizada nesta quarta-feira (04), o presidente da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), João Martins, foi categórico ao afirmar que o lançamento do Plano Agrícola e Pecuário 2016/17 foi uma atitude intempestiva. “Não sabemos se o Plano é bom ou ruim porque ainda falta aprovação do Conselho Monetário”, reitera Martins.

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A entidade não esteve presente no lançamento do Plano Safra na manhã desta quarta, e tem se mostrado muito descontente com a atual situação política brasileira. “Fizemos workshops para ouvir e coletar informações para o Plano Agrícola, mas essas informações não foram consideradas”.

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Ainda segundo o presidente, o volume de recursos é basicamente o que esperávamos, mas considera os juros não são satisfatórios. “Esse Plano Agrícola tem a maior taxa de juros desse século”, afirma Martins.

O presidente também destacou a falta de informações sobre o seguro rural. “R$400milhões está muito abaixo do que precisávamos para o seguro rural. Precisamos de no mínimo R$1,2 bilhão. Caso contrário vamos continuar a ver safrinha quebrando entre 20% e 30%”, diz.

Em nota oficial, a CNA divulgou as razões para o não comparecimento à cerimônia de anúncio do Plano Safra 2016/201:

1. O anúncio do Plano Safra anual é uma proclamação de intenções, cuja efetividade depende de uma série de atos administrativos, em especial do Conselho Monetário Nacional e do Banco Central.

2. As medidas do Plano Safra se estendem ao longo de todo o ano agrícola e são tradicionalmente anunciadas entre o final de maio e início de junho.

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3. É de conhecimento público que o atual Governo se encontra sob processo de impedimento no Senado Federal, as datas de deliberação já estão previamente fixadas, e dentro de poucos dias, se admitido o processo, a atual Presidente da República será afastada do exercício do cargo, juntamente com seus Ministros e auxiliares.

4. É provável que este Plano tenha que ser ratificado e inteiramente regulamentado por um próximo Governo, o que torna precipitada a antecipação do seu anúncio.

5. A CNA participou da construção dos últimos planos. Este ano, realizou uma ampla consulta aos produtores, visitando todas as regiões do país para instruir o Governo sobre as necessidades e expectativas do setor. Mas quando a nossa entidade estava com as propostas consolidadas, a audiência de entrega ao Ministério da Agricultura foi inesperadamente cancelada.

6. Assim, comparecer ao anúncio de um Plano do qual não participamos minimamente, que desconhecíamos até há poucas horas e em um momento que consideramos inoportuno, nos pareceu fora de propósito.