A negociação inclui a aquisição de ativos da Dow no Brasil, o acesso total ao banco de germoplasma de milho brasileiro, a marca Morgan e a licença para utilização da marca da Dow Sementes por 12 meses.| Foto: Arquivo/Gazeta do Povo

O fundo chinês Citic Agri Fund anunciou nesta sexta-feira (1º) que concluiu na quinta-feira (30) a compra por US$ 1,1 bilhão do negócio de sementes de milho da Dow Agrosciences no Brasil, que passa a se chamar LP Sementes.

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O anúncio foi feito em Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo) e, com a concretização do negócio, os chineses assumem 20% do mercado nacional de sementes de milho e ocupam a terceira colocação no ranking nacional.

É a concretização de um negócio fechado em julho, quando o grupo Dow Chemical vendeu parte do seu negócio de produção de sementes de milho no país ao Citic. A negociação foi feita para atender exigência do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) devido à fusão da Dow com a Dupont.

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A negociação inclui a aquisição de ativos da Dow no Brasil, o acesso total ao banco de germoplasma de milho brasileiro, a marca Morgan e a licença para utilização da marca da Dow Sementes por 12 meses.

Neste período, a empresa lançará uma nova marca, para substituir a marca licenciada.

Presidente-executivo da Long Ping, braço agrícola do fundo chinês, Zhang Xiukuan afirmou que o acordo prevê que não haverá demissões sem justa causa nos próximos cinco anos. Ele exercerá a mesma função na LP. “É importante que os funcionários trabalhem num ambiente tranquilo e que tenham estabilidade em seu trabalho e em seu lar”, disse.

A Long Ping é líder global no segmento de arroz híbrido -tem participação de mercado de 30% na China- e, segundo Xiukuan, sementes de arroz devem ser trazidas para o Brasil.

A empresa chinesa terá sede em São Paulo e manterá o escritório em Ribeirão Preto.

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Gerente-geral da LP Sementes, Vitor Cunha disse que o uso de tecnologia é importante como ferramenta de manejo, “mas não é a salvação da lavoura”. “Todos sabemos que as tecnologias que temos hoje demandaram bastante tempo e investimento, mas não são a única forma. É uma ferramenta de manejo, outras práticas culturais devem ser adotadas”, disse.

De acordo com ele, a tecnologia e a genética contribuíram de forma significativa para o desenvolvimento do setor. “Há menos de dez anos, a safrinha, que era a segunda safra no Brasil, tinha média de 4 milhões de hectares e produtividade média de 55, 60 sacos por hectare. Hoje essa safrinha, que não é mais safrinha, é safrona, tem quase 11 milhões de hectares e produtividade de 120, 130 sacas por hectare.”