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Arroz que vale R$ 70 milhões é sucesso brasileiro no exterior

Arroz sem feijão tem sido uma receita de sucesso para o Brasil | Arquivo/Gazeta do Povo
Arroz sem feijão tem sido uma receita de sucesso para o Brasil (Foto: Arquivo/Gazeta do Povo)

É difícil imaginar o arroz separado do feijão, mas essa tem sido uma receita de sucesso para as exportações brasileiras. Nosso vizinho sul-americano, o Peru tem se tornado um dos grandes clientes das exportações brasileiras do cereal, independentemente do companheiro de prato: de janeiro a julho de 2017, as vendas de arroz para o país somaram US$ 22 milhões (ou R$ 68,4 milhões, aumento de 20% sobre o mesmo período do ano passado).

“Os países andinos e da América Central estão conhecendo nosso arroz faz cerca de quatro anos. É um mercado novo, mas que vem se consolidando”, explicou à Gazeta do Povo o presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Estado do Rio Grande do Sul, Henrique Osorio Dornelles.

O estado gaúcho responde por 95% das exportações brasileiras, e agora o Brasil tem uma nova oportunidade de mercado para aumentar a pedida: por meio do projeto Brazilian Rice, uma comitiva do país irá participar da feira Expoalimentaria, na capital peruana, Lima, entre os dias 27 e 29 de setembro. O projeto levará ao evento nove empresas e uma série de ações para promoção de vendas e imagem. A meta é garantir mais US$ 15 milhões em negócios do ‘arroz sem feijão’.

Arroz sem feijão

O Brazilian Rice é desenvolvido pela Associação Brasileira da Indústria do Arroz (Abiarroz) e Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) para o incentivo à expansão do cereal nacional no mercado externo.

“Durante os três dias da feira, teremos uma ação de demonstração de cocção de arroz e degustação, quando os compradores poderão atestar in loco os atributos que diferenciam o produto do Brasil no mercado internacional“, destaca Gustavo Ludwig, gerente do Brazilian Rice.

A ação é importante para ampliar as conexões de mercado em um mercado altamente competitivo, como explica Dornelles: “É um meio bastante melindroso. A África, por exemplo, é um importante consumidor, mas a Nigéria, que já foi responsável por mais de 30% das exportações do arroz brasileiro, em função de taxações, acabou prejudicando o Brasil”.

O presidente da Fedearroz destaca também que o chamado ‘custo-Brasil’ prejudica as exportações, mas que a qualidade do arroz brasileiro vem chamando a atenção de mercados como o peruano: “O Peru é um mercado com culinária reconhecida no mundo inteiro e que preza por qualidade, tanto em aspectos sensoriais como visuais, e nosso grão é bem homogêneo“.

Esta é a quarta participação consecutiva do Brazilian Rice na Expoalimentaria. Na véspera da feira, o projeto estará nos Estados Unidos (25 e 26 de setembro, em Miami, na Americas Food and Beverage) e ainda neste semestre segue para a feira Foodex Saudi (12 a 15 de novembro, na Arábia Saudita).

Outra oportunidade para arroz brasileiro estará este ano na feira Anuga (7 a 11 de novembro, na Alemanha), que tem participação confirmada de uma comitiva brasileira. “A Europa não é um grande comprador em volume, mas sempre importa”, diz o presidente. Ou seja, uma outra chance de expandir a produção.

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