A multinacional Japan Tobacco International (JTI) vai inaugurar nesta quarta-feira (26) no Brasil a sua primeira fábrica na América Latina, que consumiu investimentos de R$ 85 milhões. Localizada em Santa Cruz do Sul (RS), a unidade irá produzir inicialmente as marcas premium de cigarro Camel e Winson. Futuramente, a fábrica brasileira poderá dar suporte à produção da empresa em outros países.
No Brasil desde 2009, a JTI pela primeira vez vai produzir no Brasil mascas que antes eram fabricadas na Alemanha, com o tabaco brasileiro, e depois mandadas de volta para cá. “Percebemos que a logística era nosso gargalo de produção. Com a fábrica aqui ganhamos mais flexibilidade e eficiência nas nossas operações, que não vão depender tanto de questões alfandegárias”, explica Flavio Goulart, diretor de Assuntos Corporativos e Comunicação da JTI Brasil.
Segundo Goulart, o tabaco brasileiro é mundialmente famoso por sua qualidade, por isso somos o maior exportador mundial do produto. Também somos o segundo maior produtor de tabaco do planeta – atrás apenas da China. A Região Sul do Brasil responde por 95% da produção nacional, sendo que desse total 15% se originam no Paraná.
A princípio, a nova fábrica da JTI não irá demandar um aumento imediato da produção brasileira, segundo o diretor de Assuntos Administrativos, mas a empresa promete investir na qualificação dos produtores, que já são conhecidos pela excelência no manejo e operacionalização do tabaco. Até 2021, a meta é que a nova planta fabril produza 4 bilhões de cigarros/ano.
A maior parte dos agricultores que trabalham com o setor no país são pequenos produtores rurais, cuja propriedade, em média, não passa dos 16 hectares. Dessa área, apenas 16% é utilizada para o cultivo do tabaco. No entanto, essa parte representa mais de 50% da renda do produtor, segundo Goulart.
Cigarro ilegal
Além da concorrência de outros grandes do setor, como a Philip Morris e a Souza Cruz, as empresas de tabaco lidam com o mercado ilegal de cigarro, principalmente o de produtos contrabandeados. Estima-se que 48% desse mercado no país seja ilegal. No entanto, segundo Goulart, as marcas produzidas pela JTI no Brasil têm um perfil de consumo acima da faixa mais exposta à concorrência ilegal.