A multinacional alemã Bayer não contava enfrentar tão cedo um novo julgamento sobre as alegações que vinculam o herbicida glifosato ao câncer, mas um casal de idosos pediu para acelerar o processo judicial, alegando que busca um veredito “ainda antes de morrer”.
Entre 8.700 pessoas que acusam o herbicida da Monsanto, recentemente adquirida pela Bayer, de ter-lhes causado câncer, está um casal na faixa de 70 anos. Para serem julgados em dezembro, eles invocam uma lei da Califórnia que dá preferência na fila de julgamento às pessoas que têm doença terminal – o mesmo argumento apresentado por um jardineiro californiano que obteve decisão favorável a uma indenização de US$ 289 milhões, em meados de agosto, da qual a Bayer recorreu.
O diretor executivo da Bayer, Werner Baumann, assegurou a investidores no início deste mês que a fusão com a Monsanto irá aumentar o poder de fogo jurídico da empresa para derrotar a tese que associa o glifosato ao câncer. Ele apontou que haveria mais tempo para elaborar a estratégia de defesa, uma vez que os julgamentos previamente marcados para outubro e janeiro tinham sido adiados.
“Vários julgamentos que estão sendo marcados para fevereiro de 2019 também poderão ser postergados”, disse Baumann. “Então, o importante é que não haverá mais nenhum caso julgado até o final deste ano”.
A Monsanto tenta adiar o julgamento pedido pelo casal Pilliod junto à corte estadual de Oakland, argumentando que não foram preenchidos todos os requisitos para antecipação do caso. A empresa, no entanto, não quis dar mais detalhes sobre o assunto.
Em outra frente, o juiz Vince Chhabria, de São Francisco, para quem estão seguindo todos os casos na esfera federal, disse que pretende agendar os quatro primeiros julgamentos para a primavera de 2019.