Os produtores de grãos do Paraná entram na reta final da primeira safra. A colheita dos 5,2 milhões de hectares de soja cultivados no estado (principal cultura de verão) já começa nas próximas semanas. Mas isso não quer dizer que haverá folga nas lavouras paranaenses. Atrás das colheitadeiras já entram as plantadeiras da segunda safra, conhecida como safrinha. Esperando a repetição do cenário positivo de preços altos das safrinhas de feijão e milho do ano passado, os agricultores estão otimistas. Nas duas culturas, em 2017, haverá aumento na área cultivada (ver gráfico), conforme projeta a Secretaria de Agricultura do Paraná (Seab-PR).
GRÁFICO: confira as projeções de área e produtividade para a safrinha.
Mesmo com margens de lucro menores do que as de alguns meses atrás, o preço do milho (aproximadamente R$ 29 a saca) garante boa remuneração aos produtores. Nessa mesma época, no ciclo anterior, o milho era vendido em torno de R$ 24 a saca. Ao longo de 2016, a escassez do produto, com a quebra da safrinha no Centro-Oeste, fez com que o cereal tenha atingido cotações acima dos R$ 40 em algumas praças. Se o clima ajudar, a previsão é de uma produção 32% maior (apesar de o aumento na área plantada ser de apenas 4,5%).
No caso do feijão, o preço do ano passado foi igualmente surpreendente. Agora, o feijão preto é vendido, em média, por R$ 193,00 a saca e o carioca a R$ 153,00. Na metade de 2016, o cenário era inverso: o feijão carioca era vendido por até R$ 400,00, em algumas praças, e a saca do feijão preto era comercializado a R$ 210,00. Claro que os produtores não esperam que esses preços se repitam – até porque só se chegou a isso por causa de quebra na safra. Mas a cotação ainda é bastante atrativa, o que se reflete no crescimento da área plantada.
Vazio sanitário
Além dos preços, os produtores paranaenses têm um incentivo a mais para apostar no feijão neste ano. A Lei do Vazio Sanitário proíbe a partir de 2017, pela primeira vez, o plantio de soja da segunda safra. Uma parte da área que antes era ocupada pela oleaginosa, especialmente no Sudoeste do Estado, deverá migrar para o feijão. O aumento de área no Paraná, somado à expectativa de maior de produção no país, deve segurar mais estáveis os preços da leguminosa para 2017.