Se dependesse apenas de alguns alimentos, a inflação do Brasil estaria nas alturas. Em um ano, o preço da mandioca subiu quase 50%. Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), mensurado pelo IBGE, fechou maio próximo a 4% .
“Tivemos redução de 18% na área de produção, e a previsão de colheita está 25% menor que o ano passado”, estima Methodio Groxko, economista do Departamento de Economia Rural do Paraná (Deral).
Dados do órgão - vinculado à Secretaria da Agricultura e Abastecimento do estado - indicam que, em maio de 2016, a raiz custava uma média de R$ 2,82 o quilo no varejo, e a farinha de mandioca torrada R$ 4,32. No mês passado, passaram a custar, respectivamente, R$ 4,26 e R$ 5,39 - valorização de 45% e 25%.
Segundo o especialista do Deral, a menor oferta do produto aconteceu devido a uma escassez de mão de obra para essas plantações. Ele também argumenta que o preço dos arrendamentos de terras (quando um proprietário fornece as terras para exploração) ficaram altos, puxados pelas ótimas perspectivas do milho e da soja, que estão finalizando um ciclo de produção recorde.
Chuvas atrasam colheita da mandioca
Para piorar a situação, as chuvas que atingiram o estado nos últimos 15 dias atrasaram a colheita nas principais regiões produtoras de mandioca no Paraná: Paranavaí, Campo Mourão, Toledo, Umuarama. “Foi um problema de logística, mas que não afetou a qualidade da matéria”, garante Groxko. A solução foi “importar” o produto do Mato Grosso para abastecer o parque industrial paranaense.
Apesar desse imprevisto, o preço atual está bom para o agricultor, na opinião do economista. Ele destaca que o preço da mandioca vendida à indústria chegou a R$ 476 por tonelada em maio (R$ 0,476 o quilo), aumento de 45% em comparação ao ano passado.
Além disso, em junho de 2016, o preço pago pela mandioca raiz ao produtor era de R$ 0,89 por quilo, em média, chegando a R$ 1,19 em maio deste ano no Paraná. Contudo, conforme a última análise do Deral, na semana passada, houve queda: R$ 0,89 por quilo, considerando a média do estado - 15% a menos que a semana anterior.
Apesar da variação, Groxko acredita que os preços devem se manter estáveis no segundo semestre.
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