O feijão - um dos principais produtos com impacto inflacionário recente - tende a registrar queda de preço a partir de novembro ou dezembro| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

O Ministério da Agricultura prevê que, a partir do fim de 2016, a pressão dos alimentos sobre a inflação deve começar a diminuir, com o início da colheita da safra 2016/2017. Este panorama foi traçado nesta quinta-feira (6) pelo secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller, após a apresentação do primeiro levantamento da safra, feito pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

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De acordo com Geller, o feijão - um dos principais produtos com impacto inflacionário recente - tende a registrar queda de preço a partir de novembro ou dezembro. “A partir do momento que entrar a primeira safra, e temos expectativa forte da produção de feijão, com certeza automaticamente o preço vai cair. E vai cair muito”, afirmou Geller a jornalistas. “Isso vai ter um impacto na inflação do País e em toda a economia”, acrescentou.

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Segundo Geller, porém, não apenas o feijão vai contribuir para uma inflação menor, mas também outros produtos de consumo regular, como o arroz e as aves.

Na safra 2016/2017, o feijão foi diretamente prejudicado pelo fenômeno El Niño, que alterou os regimes de chuvas em várias regiões. A produção total no período, considerando as três safras da cultura, atingiu 2,5 milhões de toneladas. É pouco, considerando o largo consumo no Brasil. Em função disso, o índice oficial de inflação - o IPCA - vinha registrando, no primeiro semestre deste ano, um peso considerável da leguminosa na alta de preços.

No IPCA de agosto, os preços já começaram a arrefecer, com o feijão carioca cedendo 5,60%. No acumulado de 2016 até agosto, porém, o produto ainda acumula alta de 136,57%.

Como a projeção da Conab para a safra 2016/2017 de feijão (considerando todos os tipos) é de produção entre 2,89 milhões e 3,05 milhões de toneladas, sendo entre 1,16 milhão e 1,23 milhão de toneladas já na primeira safra, a expectativa é de que, de fato, os preços sejam mais favoráveis ao consumidor final.

A previsão de que isso ocorra a partir dos últimos meses deste ano, citada por Geller, está de acordo com leituras feitas dentro do Banco Central. O BC, em suas comunicações recentes, vem citando que a redução dos efeitos do choque dos alimentos sobre a inflação é um dos três fatores necessários para permitir o início do ciclo de cortes da Selic (a taxa básica de juros), atualmente em 14,25% ao ano. Os outros dois são a desinflação de serviços e o avanço do ajuste fiscal.

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