Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
PREPARE O BOLSO

Produção de feijão está literalmente morrendo afogada no Paraná

Produção de feijão no Paraná: safra 2017/18 está debaixo d’água | Arquivo/Gazeta do Povo
Produção de feijão no Paraná: safra 2017/18 está debaixo d’água (Foto: Arquivo/Gazeta do Povo)

Mais de 75% da primeira safra de feijão já foi colhida no Paraná. Ou pelo menos do que restou dela. Com estimativa de produção 17% menor do que a previsão inicial, o maior produtor nacional do alimento deve colher 317 mil toneladas na primeira safra 2017/18. Antes, estavam previstas 382 mil toneladas. Os dados são do Departamento de Economia Rural do Paraná, da Secretaria de Agricultura.

“Essa safra enfrentou problemas cruciais já na implantação das lavouras, com seca em julho, agosto e setembro. Em outubro, choveu aos cântaros, como está acontecendo agora [em janeiro], e em novembro tivemos temperaturas muito baixas”, justifica o analista do Deral, Methódio Groxko.

Como resultado das condições adversas, o especialista espera perdas tanto em produtividade quanto em qualidade. É fácil entender por quê. A avaliação da Secretaria da Agricultura é que 16% das lavouras de feijão estejam em condições ruins, 52% em qualidade média e apenas 32% em boa situação.

Feijão: preço e regiões produtoras

Groxko destaca que as principais regiões produtivas foram afetadas. “Ponta Grossa, o maior núcleo de plantio, com área de 49 mil dos 198 mil hectares cultivados no estado, teve fortes perdas. O segundo núcleo regional, Curitiba, também sofreu bastante”, comenta. Outra região produtora com fortes perdas foi o sudoeste paranaense. O que vem salvando a produção paranaense são as lavouras de Guarapuava, segundo o especialista.

Em nível nacional, a solução para 2018 está sendo a aposta em outros polos produtivos: “A expectativa fica nas colheitas de feijão em Goiás e Minas Gerais, que estão começando. Por lá, não está chovendo tanto”, diz o analista do Deral. Ele destaca também os bons estoques da safra passada, que ainda está sendo comercializada.

Com essas determinantes, o preço final ainda não foi repassado ao consumidor, mas já aumentou nas lavouras. Em uma semana, o valor da saca (60kg) de feijão preto pago ao produtor subiu 6%, pulando de R$ 103,16 para 109,37, conforme último levantamento do Deral. No varejo, o aumento do quilo chegou a 11 centavos neste mês (R$ 4,10 na média). A saca do feijão de cor (carioca) passou de R$ 81,63 no final de dezembro para R$ 99,98 neste mês - impacto ainda não sentido no varejo, com média de preço passando de R$ 3,80 em dezembro para R$ 3,62 em janeiro.

Segunda safra de feijão no Paraná

As expectativas para o feijão também não são das melhores para os próximos meses: tanto pelo clima, quanto pelo desinteresse do agricultor. “Houve um desestimulo do mercado, e o produtor está indeciso se deve avançar com o plantio”, comenta Groxko.

O Deral prevê uma redução de área de plantio de 20% comparado à segunda safra do ano passado, passando de 252 mil hectares para 202 mil. Ao todo, 22% do novo plantio já foi realizado.

Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.