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Oportunidade

Produtor de hortaliças precisa mudar de postura, diz líder de empresa de sementes

 | Henry Milleo/Gazeta
(Foto: Henry Milleo/Gazeta)

O desenvolvimento de novas tecnologias para aumento de produtividade e resistência em hortaliças fez o mercado de sementes explodir nos últimos 15 anos. O valor movimentado pelo setor em 2001 era de R$ 114,4 milhões, enquanto que em 2015 essa quantia saltou para R$ 800 milhões. A variação nominal foi de quase 700% e é expressiva mesmo se retirados os 144% de inflação no período. Os dados são da Associação Brasileira para o Comércio de Sementes e Mudas (ABCSem).

Mas todo esse crescimento pode ser ainda maior. É o que diz o diretor de planejamento estratégico da ISLA Sementes, Andrei Santos. Por acompanhar o setor de perto, Santos diz que o conservadorismo de boa parte dos produtores de hortaliça freia o aproveitamento de oportunidades. A venda de hortaliças prontas para o consumo, vegetais mini (como mini cenouras e outros do gênero), ou as famosas baby leafs (folhas bebê) ainda engatinham no Brasil. “Existe demanda, o varejo busca, mas produtor ainda não está pronto”, revela.

Para exemplificar sua leitura, Santos cita o exemplo do tomate. Segundo ele, por muitos anos o tomate longa vida brilhou sozinho nas gôndolas de supermercados por sua durabilidade. No entanto, opções com mais sabor, e mais caras, caem no gosto do brasileiro agora. Isso, segundo ele, porque o consumidor está disposto a pagar mais por um produto de mais qualidade. “Hoje, o consumo de tomate longa vida está em queda, enquanto sobe a procura pelo italiano, pelo saladete e o tomate cereja. Isso sinaliza onde está o espaço na horticultura”, diz.

Mudança de perfil

O diretor da ISLA Sementes sugere que os horticultores estão percebendo a necessidade de mudança. Hoje, ainda existem produtores conservadores com poucos recursos e pouca formação técnica. “Nesse mercado, esse perfil de produtor está perdendo espaço. Esse que reclama, que diz que não se paga a produção, ele está produzindo do mesmo jeito há muito tempo. Mas aquele produtor que está atento às tendências à segurança alimentar, a garantir que não haja resíduo nos produtos, que tem cuidado com sanidade e rastreabilidade, esse tem espaço garantido”, resume.

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