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Expedição suinocultura

‘Bolsa de Suínos’ define o preço da carne em Minas Gerais

No maior estado do Sudeste, 80% das 1.400 granjas estão nas mãos de produtores independentes | /
No maior estado do Sudeste, 80% das 1.400 granjas estão nas mãos de produtores independentes (Foto: /)

Embora seja menor que os três estados do Sul do Brasil, a produção mineira – quarta colocada do país, com 400,1 mil toneladas em 2015 – apresenta características bem distintas dos líderes: Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná. No Sul, quase 90% da produção se concentra entre cooperados e integrados. No maior estado do Sudeste, 80% das 1,4 mil granjas estão nas mãos de produtores independentes, principalmente dos pequenos, aqueles com menos de 500 matrizes.

Em Minas Gerais também funciona a principal bolsa de suínos do país. Criada há 35 anos pela Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (Asemg), o instrumento determina o preço do quilo do suíno vivo. As reuniões são realizadas todas as segundas-feiras, na sede da entidade, em Belo Horizonte. O preço semanal do quilo é determinado numa negociação entre representantes dos produtores e frigoríficos. Nesta semana, por exemplo, o quilo ficou cotado a R$ 4,20.

Segundo o vice-presidente da Asemg, José Arnaldo Cardoso Penna, a bolsa começou de forma simples, com a diretoria negociando diretamente com os frigoríficos. Com o tempo, o mecanismo foi se profissionalizando. “De uns 15 anos para cá, a condução da bolsa mudou. Nós procuramos todos os elos e começamos a realizar reuniões mais frequentes, com mais dados e informações, com mais pesquisa. Antes nós tínhamos um mediador que conduzia as reuniões, ouvindo cada um dos lados”, afirma.

Padrão internacional

Em 2014, foi lançado o MercoMinas, uma plataforma responsável por coletar, analisar e publicar informações sobre a produção, comercialização e rumos do mercado com base nos dados recolhidos entre produtores, redes varejistas e frigoríficos. “Fomos visitar a França, a Espanha, e trouxemos aquele aparato para cá”, diz. A plataforma foi lançada em parceria com o Sebrae e a Fundação Dom Bosco.

Toda segunda-feira, pela manhã, as informações da semana são repassadas aos produtores. À tarde, os dois lados se encontram e a negociação começa. Cada reunião demora entre 30 minutos até uma hora. O preço acordado vale para a semana. E segundo o presidente é seguido à risca. Na bolsa, são negociados entre 18 a 20 mil suínos por semana como amostragem. Mas dados revelam que mais de 90% das negociações no estado seguem o valor acordado na segunda-feira.

“A bolsa é uma ferramenta importante tanto para o produtor quanto para o frigorífico. Temos informação e confiabilidade, por isso dá certo. É claro que temos alguns gargalos, mas procuramos atender os dois lados. E com isso todo mundo sai ganhando”, explica o vice-presidente Penna, que também faz parte da diretoria da Associação Brasileira de Suinocultores.

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