A estimativa de produção no Brasil em 2016 deve chegar a 22,7 milhões de toneladas.| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

Originária da América do Sul, a mandioca faz parte da alimentação de mais de 700 milhões de pessoas, especialmente nos países em desenvolvimento. Terceira maior fonte de carboidratos, mais de 100 países produzem mandioca, sendo que o Brasil é o quarto maior produtor do mundo, responsável por 10% da produção. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a estimativa de produção em 2016 deve chegar a 22,7 milhões de toneladas. Neste ano, o Pará lidera a produção de mandioca, seguido do Paraná, Bahia e Maranhão. A Nigéria, na África, lidera a produção de mandioca em raiz com 20%, seguida pela Tailândia (11%) e Indonésia (9%).

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Conhecida também por aipim ou macaxeira, a mandioca faz parte da história do Brasil desde o seu descobrimento. Tanto é que o Padre José de Anchieta escreveu em sua carta de chegada ao Brasil: “Eles não comem senão doutra coisa a não ser dum inhame que brota da terra”. O alimento era base enérgica da população indígena e também dos escravos. Outros nomes: castelinha, uaipi, mandioca-doce, mandioca-mansa, maniva, maniveira, pão-de-pobre, mandioca-brava e mandioca-amarga.

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A data comemorativa Criada pela Embrapa em 2007 coincide com o Descobrimento devido à relevância da raiz, que foi encontrada pelos portugueses em 1.500. “A mandioca sempre foi importante para o Brasil. Prova disso é que a nossa primeira Constituição, em 1824, recebeu o nome de Constituição da Mandioca”, recorda o pesquisador da Embrapa Mandioca e Fruticultura, Joselito Motta.

O Dia da Mandioca foi sancionado em julho do ano passado.

  • Da mandioca podem ser obtidos outros produtos, como beiju, tapioca, carimã, tucupi, tacacá, massas alimentícias e folhas (cozidas, secas e/ou ensiladas).
  • Os principais produtos derivados da mandioca destinados ao consumo humano são: Farinha de mandioca; Fécula (ou amido) de mandioca e mandioca de mesa (macaxeira ou aipim)
  • A mandioca-brava tem ácido cianídrico, venenoso se não for destruído pelo calor do cozimento ou do sol. A mandioca-doce, também conhecida por aipim ou macaxeira, não tem essa necessidade.
  • A fécula de mandioca, produto usado para fazer polvilho, principal ingrediente do pão de queijo e da tapioca, teve a maior produção em 12 anos em 2015. Seu grande destaque e diferencial é não possuir glúten.
  • Cem gramas de mandioca cozida fornecem 159 calorias. A abóbora tem 40 calorias, batata-doce 143 calorias.
  • Tiquira: destilado de mandioca muito popular no Maranhão. Os índios já bebiam um fermentado de mandioca chamado Cauim. Durante o preparo, as mulheres mascavam a mandioca, esmagando-a com os dentes e enrolando-a no céu da boca. Apenas as virgens cuidavam desse processo, caso contrário a bebida ficaria ruim de acordo com a tradição. Elas mastigavam a mandioca com bastante saliva, cuspindo tudo num recipiente. Aquela mistura fermentava resultando numa bebida nutritiva e inebriante, com o gosto semelhante ao soro de leite. A bebida era consumida por homens e mulheres durante as festas na tribo, além de fazer parte do ritual canibal, antes dos grandes banquetes. Com a chegada dos europeus vieram também as técnicas de destilação.
  • Mandioca veio do termo tupi mãdi’og, que significa “casa de Mani” (Mani é uma deusa indígena que teria se transformado na mandioca). “Aipim” origina-se do tupi ai’pi’. “Macaxeira” veio do tupi maka’xera.