As cadeias bem estruturadas e a tradição nos setor agropecuário fizeram com que o Paraná fosse escolhido como base para o desenvolvimento das normais da suinocultura e do leite. Durante oito anos, desde 2005, comitês, com participação direta da Federação da Agricultura do Paraná (Faep), Organização das Cooperativas do estado (Ocepar), além de universidades e sob a coordenação de consultorias, desenvolveram as diretrizes para os setores.
Após definição, as regras foram aplicadas em fazendas previamente selecionadas. O objetivo era verificar a viabilidade. “Não basta colocar no papel. O requisito precisa ser testado e auditável”, explica Roberta Zuge, que esteve à frente da comissão do leite e participou do desenvolvimento das normas do suíno e gado de corte.
No caso do gado de corte, Santa Catarina foi o local escolhido para o estudo. A motivação partiu do próprio setor produtivo que procurou o Ministério da Agricultura.
Apesar do trabalho conjunto das entidades de cada setor e dos esforços para ampliar a rede de atendimento, os produtores reclamam da demora na publicação das normas. Em alguns casos, mesmo após o período de teste de campo em quatro anos, a regra ainda não foi divulgada.
“O Ministério demora muito. Há anos eles estão falando que vai sair a norma do leite, mas nada acontece. Isso preocupa”, diz o pecuarista Egon Kruger.
Um dos motivos da lentidão é a burocracia vigente no país. Alguns processos demoram anos para serem reconhecidos.
Para o coordenador de produção integrada da cadeia agrícola do Mapa, Marcus Vinicius, parte da culpa está nas transformações do mercado, inclusive do internacional. “Ocorrem mudanças que dificultam a adesão do produtor. Por vezes, por exemplo, a Europa exige um selo específico que inviabiliza a exportação. Daí é preciso adequar o sistema”, explica.