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Produtores esperam juros menores para financiamentos com o novo Plano Safra 2018/2019. Redução é para compra de insumos, equipamentos e  realização do plantio. | Daniel Caron/Gazeta do Povo
Produtores esperam juros menores para financiamentos com o novo Plano Safra 2018/2019. Redução é para compra de insumos, equipamentos e realização do plantio.| Foto: Daniel Caron/Gazeta do Povo

Com a proximidade do anúncio do novo Plano Agrícola e Pecuário (PAP) para a safra 2018/19, que terá início dia 1º de julho, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) tenta negociar com a equipe econômica novas condições para os financiamentos dos produtores.

“Estamos tentando chegar a um denominador comum, que seja bom para o produtor rural e que não comprometa o orçamento fiscal”, ressaltou o secretário de Política Agrícola do Mapa, Wilson Vaz de Araújo.

O secretário se reuniu nesta terça-feira (8) com o ministro da pasta, Blairo Maggi, e com o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn.

Redução de juros para agricultura

Com a taxa básica de juros (Selic) atualmente a 6,25%, o menor nível da história brasileira, governo e analistas estão na expectativa pela redução. Pelo último Plano Safra, o custeio varia entre 6,5% e 8,5% ao ano. Agora, os produtores esperam que uma redução, até porque a agropecuária mostrou força ao crescer 13 vezes mais que a economia brasileira.

“Caso o Copom mantenha [a Selic], pode cair de 1 a 1,5 ponto percentual [o custeio]”, estimou Celso Vegro, pesquisador do Instituto de Economia Agrícola (IEA), de São Paulo, em entrevista à Gazeta do Povo. Ele opina ainda que o plano deveria ser bienal. Para Vaz de Araújo, um ponto percentual é o mínimo esperado para o lançamento.

“Se a Fazenda nos der um ponto percentual, vamos negociar (uma redução maior), mas qual o tamanho que vamos chegar nessa negociação não posso afirmar”, destacou Vaz à agência Reuters.

O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn. Marcelo Camargo/Agência Brasil

Celso Vegro reforça ainda a importância de que o governo respeite os juros de mercado. “E é importante ressaltar que cada vez mais o crédito privado assume a composição do crédito rural, safra após safra”, afirmou.

Neste sentido, o especialista cita a tendência dos Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA) - títulos de renda fixa lastreados com produtores, cooperativas e outros - para obter recursos de financiar o agronegócio. “O CRA é bom até para a diversificação de investimentos. Os certificados imobiliários, por exemplo, chegam a R$ 130 bilhões. O agrícola não chega a R$ 30 bi”, completou Vegro.

Quanto esperar?

Se por um lado o secretário de Política Agrícola do Mapa afirmou que o desembolso do crédito rural na safra ainda em vigor (2017/2018) deva ficar entre R$ 145 bilhões e R$ 150 bilhões - de um total destinado de R$ 188,3 bilhões pelo governo -, o economista do IEA destaca que o Governo provavelmente não irá aumentar o montante destinado a subsidiar a agricultura.

“Não podemos esquecer que o Governo está passando por uma crise fiscal importante, então não tem muita margem para subvencionar a agricultura. O [subsídio] oficial chegou aparentemente no seu teto”, afirmou, reforçando a importância dos recursos privados.

“A agricultura brasileira está sendo penalizada em relação aos concorrentes na medida em que os juros são reais e bastante positivos, enquanto que a maior parte que compete com Brasil tem subvenção nos juros nos empréstimos”, opina Vegro.

Segundo o Ministério da Agricultura, ainda devem acontecer outras reuniões com a equipe econômica até o anúncio do PAP, que está previsto para ocorrer na primeira semana de junho, em Brasília.

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