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desperdício

Símbolo do ‘boom econômico’, carne representa 20% da comida jogada fora no país

Combinação entre arroz, feijão e carne corresponde a mais da metade dos alimentos desperdiçados no Brasil. | Daniel Castellano 
/ AGP
Combinação entre arroz, feijão e carne corresponde a mais da metade dos alimentos desperdiçados no Brasil. (Foto: Daniel Castellano / AGP)

O feijão e o arroz, combinados, lideram a lista de alimentos desperdiçados no Brasil, representando 38% do total, mas são seguidos de perto pela carne bovina, com 20%. O dado é da Embrapa e faz parte de uma pesquisa que ouviu 1.764 famílias de diferentes classes sociais de todas as regiões brasileiras. O estudo foi uma demanda do “Diálogos Setoriais União Europeia - Brasil”, projeto liderado pela Embrapa e apoiado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), focado no combate ao desperdício alimentar.

O ranking dos itens mais desperdiçados destaca o arroz, que representa 22% dos alimentos jogados fora no país; carne bovina, com 20%; feijão, com 16%; e frango, com 15%. “A família brasileira desperdiça, em quantidade relativamente grande, até mesmo alimentos mais caros e proteicos, como carne bovina e frango, o que nos surpreendeu”, disse o professor de marketing da Escola de Administração de Empresas de São Paulo (EAESP), da FGV, Carlos Eduardo Lourenço.

Os resultados mostram ainda que 61% das famílias dão prioridade a uma grande compra mensal de alimentos, o que aumenta a propensão de adquirir itens desnecessários. Pesquisas anteriores da Embrapa já apontavam que este hábito levava ao não aproveitamento de todos os produtos. “Observamos algumas contradições. Enquanto 94% dos consumidores afirmam ser importante evitar o desperdício, 59% não dão importância se houver comida demais na mesa ou na despensa”, diz o analista da Embrapa e líder do projeto nos Diálogos Setoriais, Gustavo Porpino.

Segundo o analista, o País precisa atuar em diferentes elos da cadeia para evitar perdas e desperdícios de alimentos. “Ações de comunicação e educação nutricional são fundamentais para conscientizar e conectar o consumidor com o alimento, assim como tecnologias e capacitações técnicas para redução de perdas de alimentos no campo”, recomenda Porpino.

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