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Excesso de chuva na Argentina e estiagem no Brasil pressionam cotações no mercado internacional | JONATHAN CAMPOS/JONATHAN CAMPOS
Excesso de chuva na Argentina e estiagem no Brasil pressionam cotações no mercado internacional| Foto: JONATHAN CAMPOS/JONATHAN CAMPOS

O grande volume de chuvas que atinge as regiões produtoras da Argentina combinado com a recuperação dos preços do petróleo e o Dollar Index em queda deram um forte empurrão para as cotações da oleaginosa nesta terça-feira (19). Na máxima do dia, o contrato maio/16 rompeu a marca de US$9,85 e os contratos mais distantes atingiram a casa de US$9,90. Essas são as mais altas referências desde meados de agosto do ano passado, quando o mercado entrou em queda livre. O maio/16 fechou a sessão a US$9,85 por bushel e julho/16 encerrou o pregão a US$9,94.

Na Argentina, as chuvas incessantes e acima da média interromperam a colheita da safra de soja. Muitas lavouras, inclusive, estão debaixo d’água, impedindo o avanço das máquinas e causando muitas perdas de produtividade. Segundo o Ministério da Agricultura argentino, apenas 14% da área de soja foi colhida até agora, o maior atraso já registrado nos últimos 10 anos. No mesmo período do ano passado a colheita estava em 33%. O milho também sofre com o excesso de chuva e 15% do cereal foi colhido, contra 23% em 2015. Alguns analistas já falam em uma safra de 55 milhões de toneladas, bem abaixo das 60 milhões de toneladas estimadas há cerca de duas semanas.

Além desses fatores altistas, de acordo com o presidente da consultoria norte-americana Allendale, Paul Georgy, o tempo seco no Brasil, e a falta de chuva nos radares climáticos para os próximos 10 dias, também dá suporte para os preços altistas.

Fundamentos

Pela primeira vez em cinco dias, os preços do petróleo em recuperação também reforça a demanda dos investidores pelas commodities agrícolas. A greve dos trabalhadores do setor no Kuwait entrou no terceiro dia e cortou a produção diária em até 1,7 milhão de barris. Em contrapartida, o Dollar Index, calculado pela Bloomberg e que acompanha a cotação da moeda norte-americana em comparação a 10 outras moedas, registrou leve queda, atingindo as menores cotações desde junho do ano passado. A queda veio em decorrência do relatório do Governo dos EUA que mostrou que a construção de novas casas recuou mais do que o projetado em março, dificultando os planos do Federal Reserve (Fed) de aumentar a taxa de juros.

Assim como a soja, o milho também tem registrado bons ganhos na Bolsa de Chicago. O maio/16 está sendo cotado acima de US$ 3,80 e vencimentos mais distantes acima de US$ 4. A última vez que o mercado rompeu essa barreira psicológica foi no final de julho de 2015.

Segundo analistas, os problemas causados nas safras de grãos de Brasil e Argentina também podem afetar os embarques desses produtos, afetando o quadro mundial de oferta e demanda e estimulando a demanda de soja e milho dos EUA.

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