O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (Usda) confirmou nesta quinta-feira que o país irá reduzir, pelo segundo ano consecutivo, a área destinada ao plantio de grãos, que, com isso, recuará ao menor nível desde 2011. Segundo o órgão, soja, milho, trigo, sorgo, cevada, aveia, arroz e algodão – as oito principais culturas norte-americanas – ocuparão 100,8 milhões de hectares no próximo ciclo, 1% abaixo do registrado em 2015/16.
“Preços mais baixos devem retirar do sistema produtivo áreas que haviam sido incorporadas com a valorização das commodities até 2012 (...), ao mesmo tempo em que mudanças nas margens relativas realocarão a área restante entre culturas”, explicou o cravou o economista-chefe do USDA, Robert Johansson, no discurso de abertura do 92º Agricultural Outlook Forum, em Arlington, na Virgínia. Dados do governo norte-americano mostram que, somente nos últimos dois anos, 3,4 milhões de hectares deixaram de ser cultivados nos EUA.
“Juntamente com o clima, mudanças nos preços e nos custos de produção até época de plantio irão determinar área plantada final”, pontuou o dirigente ao informar que a conjuntura neste momento favorece o milho, que depois de três anos perdendo área para a soja deve recuperar parte do terreno perdido em 2016. Nas contas do USDA, as lavouras do cereal devem se estender por 36,42 milhões de hectares na próxima temporada – 809 mil ha a mais do que no ciclo anterior (+2,3%). A oleaginosa deve ter plantio praticamente inalterado (-0,2%), ocupando 33,39 milhões de hectares nos EUA na safra 2016/17.
Os números apresentados pelo USDA durante o Fórum divergem dos estimado pelo órgão no final do ano passado no Baseline Projections – relatório de perspectivas de longo prazo que serve como referência de orçamento e formulação de políticas para o governo norte-americano. “Desde então, o dólar se fortaleceu em relação ao real e ao peso. A Argentina tomou medidas para ser mais competitiva nos mercados mundiais de commodities. Os preços do petróleo continuaram a enfraquecer, assim como os preços dos fertilizantes. A desaceleração da demanda da China tem reduzido o prêmio para o sorgo e as cotações do arroz se valorizaram, tornando o plantio mais atraente para os produtores”, enumerou Johansson.