Nas primeiras projeções, lançadas no final do ano passado, a Bolsa de Cereais de Rosário chegou a falar em 54 milhões de toneladas de oleaginosa, mas consultores e corretores falam em 48 milhões de t.| Foto: Pedro Serapio/Gazeta do Povo

Pela primeira vez desde o fim do ano passado, os contratos futuros da soja na Bolsa de Chicago (CBOT) romperam a casa dos US$ 10 por bushel. O tempo seco na Argentina foi um dos principais motivos para a puxada da cotação. De acordo com fontes ouvidas pela Gazeta do Povo, o mercado espera por uma quebra de até 6 milhões de toneladas no país vizinho. Nas primeiras projeções, lançadas no final do ano passado, a Bolsa de Cereais de Rosário chegou a falar em 54 milhões de toneladas de oleaginosa, mas consultores e corretores falam em 48 milhões de t.

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De acordo com Camilo Motter, economista e analista de mercado da Granoeste, falta umidade em 75% dos 18 milhões de hectares de soja semeados na Argentina, em diferentes níveis. “Há regiões mais secas, outras mais úmidas, mas a perspectiva é que chova só daqui 6 a 10 dias, o que é preocupante”, diz.

Outro fator que colaborou com valorização da soja, segundo Motter, foi a transferência de recursos do mercado financeiro para as commodities. “A inflação, a perspectiva de aumento de juros e a desvalorização do dólar também contribuem”, explica.

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O analista da Granopar, Aldo Lobo, diz que a recente alta teve reflexos no mercado brasileiro, que reagiu, mesmo com o Carnaval. As cotações no Brasil também tiveram altas. “Rodou muita soja na última segunda-feira. Nesta quarta-feira também, embora a queda do dólar, na casa dos 2%, tenha diminuído o ritmo de contratos. Mesmo assim, foi um bom dia”, afirma.

Tarso Veloso, AgResource Company, diz que se o dólar estivesse melhor, os produtores brasileiros estariam vendendo muito. Na opinião dos analistas, o preço da soja deve continuar neste patamar nos próximos dias. “Se a Reforma da Previdência não passar, os preços em fevereiro e março vão estar ótimos”, prevê Veloso.