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Tecnologia a favor dos alimentos feios

Nos Estados Unidos, 40% de todos os produtos cultivados no país não são consumidos por serem feios ou estarem muito maduros | Reprodução/Internet
Nos Estados Unidos, 40% de todos os produtos cultivados no país não são consumidos por serem feios ou estarem muito maduros (Foto: Reprodução/Internet)

Desperdício de alimentos é um tema extremamente preocupante. Somente nos Estados Unidos, 40% de todos os produtos cultivados no país não são consumidos por serem feios ou estarem muito maduros. Frutas e vegetais fora dos padrões que deixam de ser vendidos nas redes de supermercados e feiras chegam a somar US$ 15 bilhões aos agricultores, de acordo com dados do Departamento de Agricultura norte-americano (USDA).

Ainda de acordo com o USDA, mais de 60 bilhões de quilos de frutas e vegetais são desperdiçados no caminho das fazendas até a mesa dos consumidores. Em todo o mundo, segundo a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), cerca de 1,3 bilhões de toneladas são jogadas fora todos os anos. Esses alimentos são desprezados por serem “feios” e tem como destino final os aterros de cada cidade. Para tentar reduzir o desperdício proveniente de produtores e do comércio, algumas empresas norte-americanas desenvolveram serviços online que conectam agricultores a compradores dos produtos fora dos padrões vendidos nos mercados.

A empresa Cerplius, sediada em São Francisco, foi criada em janeiro deste ano e trabalha com o sistema no qual os compradores fazem o cadastro no site para receber diariamente e-mails ou mensagens de texto sobre ofertas de produtos excedentes vendidos a um valor 30% menor do que os alimentos dentro do padrão. Os agricultores interessados em vender seus produtos feios ou mais maduros só precisam cadastrá-los no site. A companhia se responsabiliza pela entrega. Segundo a proprietária Zoe Wong, até agora a empresa já movimentou mais de cinco mil quilos de alimentos de 20 fazendeiros e distribuidores no estado.

Outros exemplos do uso de tecnologia se espalham pelo país na tentativa de que alimentos imperfeitos ou excesso de produtos sejam realmente aproveitados. É o caso da Souper Seconds, que tem como foco vender produtos orgânicos imperfeitos de produtores para todos os tipos de vendedores.

Outra iniciativa surgiu de estudantes do Instituto de Tecnologia de Massachusetts que estão desenvolvendo o Spoiler Alert, aplicativo que ajuda organizações a cumprir diferentes metas de redução de desperdício de alimentos. A primeira parte do projeto é um mercado online e gratuito que permite empresas, incluindo produtores, a vender ou doar excesso de alimentos para grupos de combate a fome. Tudo por meio de e-mails, e mensagem de texto. Ideias semelhantes também se espalham pelo país e na Europa.

Zero desperdício nas Olimpíadas

O famoso chefe italiano, Massimo Bottura, grande nome da gastronomia na luta contra o desperdício, começou seu projeto no ano passado, durante a Exposição de Milão. Bottura criou o refeitório Ambrosiano, uma sala de jantar destinada a servir comidas que não foram utilizadas durante o evento para os sem teto de Milão. Ele transformou 15 toneladas de alimentos que seriam descartados em pratos deliciosos.

Agora a iniciativa de Bottura chegará às Olimpíadas do Rio de Janeiro. O chef vai organizar uma cafeteria nas ruas da Lapa, servindo comida de graça, a partir dos alimentos desperdiçados durante os jogos, para os moradores das favelas cariocas.

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