A piscicultura é um setor que está dando seus primeiros passos, mas em pouco tempo já demonstra todo o seu potencial de crescimento. Em pouco tempo, o Paraná já se tornou um dos líderes do setor. Em 2015, estima-se que a produção de pescado atingiu cerca de 91 mil toneladas, 19% acima de 2014. Para este ano, a expectativa é que o volume chegue a 110 mil toneladas, um aumento de 22%, de acordo com o Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab).
Fatores como o aumento de demanda, a expansão de frigoríficos e abatedouros e a entrada de importantes cooperativas impulsionaram o crescimento do setor, mas o investimento em tecnologia também pode afetar diretamente o desenvolvimento da produção de peixes em todo o Brasil. “Apesar de ser um setor de crescimento bastante expressivo comparado à agricultura e outras carnes, a aquicultura ainda está iniciando tecnologicamente aqui no Brasil. Nós trabalhamos com o desenvolvimento de pesquisa e alta tecnologia para ajudar o produtor a incrementar sua atividade”, explica a Gerente de Vendas para Aquicultura da Alltech do Brasil, Mariana Nagata.
Maior produtor de tilápias do país, responsável por 85% da produção nacional e 77% do estado, o Paraná se tornou referência no setor. “A tilápia ganhou destaque porque existe uma tecnologia definida que já é trabalhada há algum tempo”, explica o responsável pelo projeto de Piscicultura do Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), Luis Danilo Muehlmann.
Mas, na opinião da economista da Embrapa Pesca e Aquicultura, Andrea Pizarro Muñoz, muita coisa ainda precisa ser feita. “A piscicultura está se desenvolvendo no Brasil, mas com atraso. Precisamos de mais integração da cadeia, uma promoção permanente sobre o consumo de peixe e políticas públicas que auxiliem o setor”, explica Andrea.
Segundo Mariana, entre os desafios do setor estão a questão da sanidade, que ganha maior destaque à medida que se intensifica o sistema de produção; e a nutrição, pois existe uma exigência específica para cada espécie e a preocupação com impactos ao meio ambiente. “Muitos consumidores reclamavam que uma determinada espécie de peixe tinha um gosto ruim de barro. No ano passado nós desenvolvemos uma tecnologia para retirar esse gosto que era causado por uma alga consumida pelos peixes. Adicionamos uma solução a ração dos animais que tem sido bem aceito pelos produtores e consumidores”, afirma.
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