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Tecnologia permite ao agricultor fazer análise química do solo através do celular

O dispositivo é baseado em cinco parâmetros para testes de solo e água que medem pH, nitrito, alumínio, magnésio e cloro | IBM/Divulgação
O dispositivo é baseado em cinco parâmetros para testes de solo e água que medem pH, nitrito, alumínio, magnésio e cloro (Foto: IBM/Divulgação)

Saber as condições do solo para o plantio é uma das primeiras providências dos produtores rurais. Os níveis adequados de nutrientes, do pH e dos elementos químicos contidos na terra são determinantes para uma boa colheita e, principalmente, para não jogar dinheiro fora.

Contudo, essa análises químicas normalmente precisam ser feitas em laboratórios especializados, o que demora bastante, e os testes costumam ser caros. Por isso, as análises são feitas com pouca frequência e pegando um número pequeno de amostras, o que no caso de uma grande propriedade nem todas as variações de condições do solo podem ser detectadas.

Por conta disso, estão surgindo novas tecnologias capazes de acelerar esse processo e facilitar a vinda dos agricultores. É o caso de um protótipo lançado neste mês que permite fazer a análise química da água e do solo na própria fazenda e mostrar o resultado em tempo real, usando para isso apenas um dispositivo de papel e um celular.

Utilizando tecnologias de inteligência artificial, o AgroPad necessita apenas de uma gota de água ou amostra de solo, que é colocada no dispositivo, do tamanho de um cartão de visitas. Dentro dele, um chip microfluídico realiza uma análise química da amostra e disponibiliza o resultado em alguns segundos.

Os resultados desses testes colorimétricos são exibidos por meio de um conjunto de círculos no verso do cartão, com a cor de cada um deles representando a quantidade de um determinado elemento químico na amostra. A partir daí, o produtor só precisa utilizar seu smartphone com um aplicativo próprio para fotografar o cartão e receber de forma imediata o resultado do teste químico.

Cores diferentes

Segundo a IBM Brasil, esse conjunto de círculos no verso do cartão fornece resultados de testes colorimétricos. A cor de cada círculo representa a quantidade de um determinado produto químico na amostra.

Essa abordagem de computação, chamada “AI on the edge”, usa algoritmos de aprendizado de máquina e também de processamento de imagem para traduzir a composição e a intensidade das cores medidas em concentrações de elementos químicos na amostra, tornando-a mais confiável do que testes baseados apenas no olhar humano, conforme a IBM.

Os dados podem também ser transmitidos simultaneamente para uma plataforma de computação em nuvem e rotulados com uma etiqueta digital que identifica cada teste, a hora, a localização e os resultados da análise química. A plataforma de nuvem permite o gerenciamento e a integração de milhões de testes individuais realizados nos mais diversos horários e locais, de acordo com a fabricante.

“Atualmente, temos uma solução-protótipo baseada em cinco parâmetros para testes de solo e água que medem pH, nitrito, alumínio, magnésio e cloro. Além de estarmos ampliando continuamente a biblioteca de indicadores químicos disponíveis para implantação, cada AgroPad pode ser personalizado com base nas necessidades do usuário”, explica Mathias Steiner, gerente de tecnologia industrial e ciência da IBM Research – Brasil.

Como os testes em papel podem ser realizados com segurança por qualquer pessoa – sem que ela precise ser uma especialista na área –, a coleta pública de dados com digitalização instantânea em sensoriamento químico torna-se uma possibilidade real.

A IBM não divulgou possíveis valores para o dispositivo.

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