Uma semana depois de o governo anunciar a recriação do Ministério do Desenvolvimento Agrário a partir de setembro, a pasta — que passou a ser órgão subordinado à Casa Civil desde que Michel Temer assumiu a Presidência interinamente — poderá agora ser fundida ao Ministério do Desenvolvimento Social.
Pesam no recuo de Temer as críticas à falta de enxugamento da máquina administrativa. Em maio, ele anunciou que cortaria mais de dez ministérios, mas foram apenas seis até o momento. Com a recriação do MDA, seu governo passaria a ter 27 ministérios, apenas cinco a menos que o da presidente afastada, Dilma Rousseff.
A fusão dos desenvolvimentos Agrário e Social, surgindo o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Social, era a ideia original de Temer, quando passou a se tornar factível o impeachment de Dilma. Tanto que o decreto assinado pelo interino de reorganização dos ministérios trata da pasta como Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário, nomenclatura mantida no site e documentos oficiais do órgão.
No auge das negociações de cargos com os partidos aliados, o Desenvolvimento Agrário chegou a ser negociado com o Solidariedade, do deputado Paulo Pereira da Silva (SP). O nome oferecido a Temer para o comando da pasta foi o do deputado Zé Silva (SD-MG). Pela ligação com a Força Sindical, o Solidariedade é crucial para o governo nas negociações para tentar fazer avançar a Reforma da Previdência. Depois do anúncio da recriação, o presidente interino ponderou com seus auxiliares que não acha necessária uma estrutura única para o setor.
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