Enquanto o Sul do Brasil registra um inverno bastante rigoroso, com muito frio, temperaturas baixas e ondas de geada, o Centro-Oeste vive a situação oposta, com termômetros acima dos 30º C , umidade extremamente baixa e nenhuma chuva. O clima é típico da estação para o cerrado brasileiro, mas a combinação é perfeita para o surgimento de inúmeros focos de incêndio que atingem lavouras e áreas de pasto e causam muita destruição.
De acordo com monitoramento feito regularmente pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Mato Grosso é o estado com o maior número de focos de fogo em julho. Em 27 dias foram contabilizados 2.120 focos. Durante todo o ano, o número chegou a 8.898, 44% acima do que o registrado no mesmo período do ano passado, deixando o estado no topo do ranking nacional. Em todo o Brasil, mais de 30 mil focos de queimadas foram monitorados pelo instituto, quase 50% a mais do que em 2015.
As regiões Norte e leste de Mato Grosso são uma das mais atingidas. De acordo com o meteorologista do Climatempo, Marcelo Pinheiro, há a presença de uma forte massa de ar seco sobre o estado,muito comum para essa época do ano, mas a sequência prolongada de dias ensolarados e baixa umidade aumentam os focos de queimada. “As frentes frias chegam a região, mas com umidade insuficiente para reduzir o calorão. E com o vento a situação fica ainda mais crítica”, explica Pinheiro.
Segundo o vice-presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja) e produtor rural em Sorriso, médio-norte mato-grossense, Elso Vicente Pozzobon, algumas lavouras foram atingidas pelos incêndios, com casos de queimadas em palhadas e milho prontos para serem colhidos. “Não é algo incomum, infelizmente todo ano isso acontece”, diz.
Há casos de queimadas em diversos municípios como Sinop e Nova Mutum. “Chuvas mesmo agora somente a partir de meados de setembro. Por enquanto o tempo vai continuar seco e quente”, afirma Pinheiro.
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