A Vale decidiu dar uma segunda chance a seu projeto de potássio Rio Colorado, em Mendoza, na Argentina. A companhia fechou acordo com o governo da província em que se compromete a realizar novos estudos de viabilidade prévia para o projeto, com um escopo menor — produção de 1,4 milhão de toneladas por ano e não mais de 4 milhões de toneladas como previsto originalmente. Apesar do acerto, a Vale continua a buscar sócios para o projeto e abrirá licitação internacional para atrair investidores.
O estudo que a Vale fará terá duração de oito meses. Em nota, a empresa disse que “com isso, reforça os compromissos necessários para manter os direitos minerários após março de 2017, marco previsto para ser iniciado o processo de caducidade da concessão”. A Vale disse ainda que “a extensão do prazo é essencial para viabilizar a participação de outros investidores potenciais para o projeto, sem os quais a retomada não será possível”.
A mineradora tinha suspendido Rio Colorado em março de 2013, depois que o custo para viabilizá-lo quase duplicou — de US$ 6 bilhões para US$ 11 bilhões. O salto deveu-se à variação cambial e a exigências do então governo de Cristina Kirchner. Desde então, a Vale procura sócios para o projeto, sem sucesso. A possível retomada do empreendimento ocorre após a eleição de Mauricio Macri, que vem buscando criar um ambiente mais amigável às empresas.
Brasil importa fertilizantes
A decisão da Vale de praticamente abandonar a Argentina também se enquadrava na estratégia da empresa, sob gestão de Murilo Ferreira, de focar em empreendimentos rentáveis, em um momento de queda de preços das commodities. Seu antecessor, Roger Agnelli, apostara no segmento de fertilizantes para diversificar os negócios e aproveitar o boom do agronegócio no Brasil e no exterior — potássio é um dos insumos para a produção de fertilizantes, produto do qual o Brasil é importador.
“Após três anos de paralisação, encontramos um caminho para que a mina comece a produzir”, disse o ministro de Economia, Infraestrutura e Energia de Mendoza, Enrique Vaquié a agências internacionais.