Avião pulveriza lavoura no Mato Grosso:  setor agropecuário subiu 13,4% e salvou PIB do 1º trimestre de 2017| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

Após oito trimestres consecutivos de queda, o PIB voltou a crescer, conforme dados divulgados nesta quinta-feira (1º) pelo IBGE. Contudo, foi o agronegócio que puxou a “linha de frente” da economia.

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Entre janeiro e março, o Produto Interno Bruto cresceu 1% em comparação aos últimos três meses de 2016. Enquanto o setor de serviços ficou estagnado, a indústria subiu 0,9%. Já o indicador agropecuário disparou 13,4% e tirou o Brasil da pior recessão da história.

“De fato cerca de 70% do crescimento do PIB total ocorreu devido à agropecuária, com destaque para o aumento de produção da soja e do milho”, reconhece o economista do Banco Santander Rodolfo Margato,responsável pelas análises do PIB na instituição financeira.

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“O resultado indica que há uma reversão na queda dos índices da nossa economia que vinha ocorrendo nos últimos anos. Mas fora isso não há novidade, o setor agropecuário continua sendo o motor da economia brasileira”, emenda o presidente da Federação Paranaense da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), Ágide Meneguette.

No acumulado dos últimos 12 meses, contudo, o PIB nacional continua negativo, com -2,3%. O setor agro foi o único a crescer nesse período, com avanço de 0,3%. Indústria e serviços tiveram queda de 2,4% e 2,3%, respectivamente. O momento precisa ser avaliado com ressalvas, segundo Margato.

“O crescimento do primeiro trimestre não deve ser lido como ritmo médio de expansão para os próximos períodos. É claro que é positivo já que mostra uma variação positiva, mas isso não deve ser sustentado porque o agronegócio deve ter uma contribuição mais branda, já que os resultados principais de soja e milho se concentram no início do ano”, avalia o economista.

Agro é o único setor a ter início de ano melhor que 2016

Quando comparado ao mesmo trimestre do ano anterior, o setor agro foi o único que reagiu à crise. Enquanto indústria e serviços tiveram queda de 1,1% e 1,7%, o agronegócio cresceu 15,2% - resultando num recuo geral de 0,4% no PIB brasileiro.

Um dos motivos para os resultados é a supersafra da agricultura. “O recorde na produção de grãos deste ano é uma mostra da nossa participação na recuperação econômica do país”, comenta Meneguette.

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Porém, os próximos trimestres devem ser mais contidos. “Devemos observar taxas mais modestas, já que os resultados de abril na indústria não foram muito animadores. Mas o setor de serviços mostra que o pior pode ter ficado para trás”, explica Margato.

De acordo com o especialista, o segundo semestre pode ter resultados mais consistentes pela queda da inflação e a melhora na oferta de crédito, com menores taxas de juros (a taxa Selic foi reduzida para 10,25% ao ano nesta semana). “Há uma defasagem clássica em que o lado real da economia leva algum tempo para assimilar [essa baixa]”, completa. A previsão da entidade é de crescimento do PIB em 2017 para 0,7%.

O Produto Interno Bruto no primeiro trimestre de 2017 totalizou R$ 1,595 trilhão. A agropecuária registrou R$ 93,4 bilhões, a indústria R$ 291,1 bilhões e os serviços R$ 996,4 bilhões. O restante do valor é completado por R$ 213,6 bilhões em impostos sobre produtos líquidos de subsídios, informa o IBGE.