DE um lado da mesa, Michel Temer e brasileiros. Do outro, o presidente da China, Xi Jinping , e chineses.| Foto: Beto Barata/PR

Os números dos acordos bilaterais são bilionários. Mas por trás deles, Brasil e China andam “se estranhando”. O país latino-americano tem, no momento, 37 medidas antidumping contra a China em vigor. Dumping significa exportar produtos a preços menores aos praticados no mercado interno do país exportador.

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As ações do Brasil contra a China vão na mão contrária e atingem os dois principais produtos da pauta de exportações agrícolas depois da soja: frango e açúcar. A mais recente medida foi aplicada em meados do ano e atingiu produtos de aço do país asiático.

O ‘troco’ não tardou. Duas semanas antes da visita do presidente Michel Temer, Pequim anunciou investigação sobre o setor de produção de frango do Brasil, que pode levar à imposição de sobretaxa no prazo de seis meses. Em maio, a China impôs salvaguardas à importação de açúcar, o que limitou o acesso do produto nacional a seu maior mercado externo.

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De acordo com Marcos Jank, da Asia Brasil Agro Alliance, o Brasil foi o único país atingido pela medida, apesar de ela ter caráter universal. Isso ocorreu porque o País exportava além da quota definida pelos chineses, sobre a qual a tarifa é de 15%. O excedente, que era taxado em 50%, passou a estar sujeito a uma alíquota de 95%.

A projeção da Unica, entidade que representa a indústria da cana-de-açúcar, é que os embarques caiam para 2,2 milhões de toneladas neste ano. Antes das salvaguardas, a expectativa era de exportação de 3 milhões de toneladas.

O assunto não está no centro da agenda de Temer na China, mas poderá ser abordado pelo presidente no encontro com o primeiro-ministro Li Keqiang, marcado para as 16 horas de hoje (5 horas no Brasil).